São Paulo, sexta-feira, 16 de agosto de 1996 |
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Expectativa é boa para o Paulista de basquete
PAULO CHEIDDE
Embora a equipe feminina tenha conseguido um resultado fantástico em Atlanta, ficando com a medalha de prata, perdendo apenas para as norte-americanas, acho que a seleção masculina ficou um pouco abaixo de suas reais possibilidades. A sexta colocação não reflete o atual estágio do basquete masculino brasileiro. Somente EUA e Iugoslávia estão num patamar acima do nosso. Ainda são equipes que não temos condições de vencer. O Brasil se equipara às demais seleções que estiveram em Atlanta. Mostramos isso em quadra. Mesmo nas partidas em que fomos derrotados, jogamos bem e estivemos muito perto da vitória. Isso não estava bem claro até começar a Olimpíada. Tanto que os jogadores foram para Atlanta achando que disputar o quinto lugar seria honroso. Se tivéssemos pensado de forma diferente, talvez conseguíssemos ficar entre os quatro primeiros. Mas a Olimpíada de Atlanta serviu para atrair a atenção dos brasileiros para as quadras. Houve um crescimento de interesse pelo basquete, tanto do público quanto da própria imprensa. As pessoas acompanharam os jogos finais do feminino e a trajetória vitoriosa do cestinha Oscar, tratado como um "superstar" pelos próprios norte-americanos. Esse clima de euforia, tenho certeza, vai se traduzir nas quadras e em ginásios lotados no Paulista que começa hoje. O basquete de São Paulo é o melhor do país. Isso é consequência do poder econômico do Estado. Com as grandes empresas aqui, é natural que São Paulo tenha também os melhores times. Outra diferença daqui é na formação das equipes. Os times de São Paulo têm uma grande preocupação em formar novos jogadores, em procurar talentos. Com boas equipes e um sistema de disputa eficiente, semelhante ao da NBA, a liga norte-americana profissional, devemos ter bom público. As pessoas terão também a chance de acompanhar o campeonato pela TV. É uma opinião unânime dos clubes e um desejo da Federação transmitir o maior número de jogos que for possível. Isso é bom para o jogador e para o patrocinador do time. Muito se falou sobre uma suposta crise de patrocínio no basquete. Isso não é verdade. Houve, sim, alguns desentendimentos entre patrocinadores e alguns clubes, mas nenhuma grande empresa abandonou as quadras. Pelo contrário: nesta semana, ganhamos mais um parceiro em Franca. O forte basquete de Santo André apresenta um novo patrocinador. Também a questão do desemprego dos atletas tem que ser melhor dimensionada. No feminino, por exemplo, não temos, no momento, nenhuma jogadora sem clube. Texto Anterior: Luxemburgo diz que não faz 'mágicas' Próximo Texto: Anteontem Índice |
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