São Paulo, sexta-feira, 16 de agosto de 1996
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Cristiana Reali diz que tem "preguiça" para ginástica

A garota-propaganda da Lancôme concedeu entrevista à Folha

ERIKA PALOMINO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

Mais um tipo de mulher que propriamente um modelo de beleza. Por estes atributos a marca de cosméticos francesa Lancôme escolheu como símbolo a atriz brasileira Cristiana Reali, 30.
Há três anos sem vir ao país, Cristiana chegou ao Rio anteontem para participar de programação que a apresenta ao público consumidor brasileiro da marca.
Ontem à tarde concedeu entrevista exclusiva à Folha no hotel Copacabana Palace, onde estava marcado para a noite coquetel em sua homenagem. Hoje a atriz passa o dia em SP e domingo volta a Paris.
Reali substitui Isabella Rosselini, também atriz, nos anúncios publicados internacionalmente, juntamente com a francesa Juliette Binoche.
Vestida com uma calça preta, camisa branca, cinto e mocassim Gucci, maquiada com discrição, Reali chama a atenção por seus grandes olhos azuis.
Tem uma beleza suave e tranquila -bem menos agressiva que Rosselini. Criada na França, a atriz demonstra forte sotaque francês, às vezes procurando as palavras certas em português.
Ela não tem ranços nem medidas de modelo. Como qualquer mulher mortal, admite "preguiça" para ginástica: "Todo ano começo alguma coisa -balé, capoeira- e depois paro. Não sou muito disciplinada".
Por outro lado, revela especial predileção por cremes e tratamentos para o rosto -desde sempre, não a partir de agora com a Lancôme-, devido ao ressecamento da pele causado pelo clima e pela calefação do inverno europeu.
Cristiana Reali é uma imagem de beleza suave, tranquila, com personalidade. "Tenho o lado doce, sensível, frágil de meu signo, Peixes, e ao mesmo tempo sou esforçada, curiosa, vulcânica, como se diz em francês."
"Nunca imaginei que seria a imagem de uma marca de cosméticos", conta. "Falar que beleza não ajuda é mentira. Mas falar que só ajuda também é mentira. É diferente dos anos 40 ou 60. Hoje, se você for bonita, tem que mostrar mais personalidade e mais inteligência."
Para quem se pergunta como uma projeção deste nível acontece com uma brasileira, está na carreira artística a resposta. Atriz de relativa expressão na França, com trabalhos em cinema, TV e sobretudo teatro, Cristiana Reali se sobressaiu também em revistas e programas de entrevistas.
Em 94, durante a temporada da peça "Hamlet", num jantar para 20 pessoas sentou-se ao lado de um alto executivo da LÓreal (proprietária da Lancôme). Foi convidada a enviar um currículo e uma foto, apesar de Binoche já ser a substituta de Rosselini. O convite oficial veio dois anos depois.
Reali deverá dar menos trabalho à Lancôme que Rosselini, que durante seu contrato (de 13 anos) engravidou e participou do polêmico "Veludo Azul", de seu então marido David Lynch. "A marca não interferiu na carreira dela nem vai interferir na minha." Segundo Reali, a liberdade artística está determinada -por eles- no contrato.
A jornalista ERIKA PALOMINO viaja ao Rio a convite da Lancôme

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