São Paulo, sábado, 17 de agosto de 1996 |
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Apucarana reduz mortes de crianças
JOSÉ MASCHIO
A média nacional, segundo projeção do IBGE para 1996, é de 43,4 mortes para cada mil nascidos vivos. O programa é de uma simplicidade franciscana: dar comida e remédios naturais para a população carente. Ao implantar o projeto, em 1993, o prefeito Valter Pegorer (PSDB) procurou em sua experiência de ex-padre e líder comunitário o caminho para a aceitação, pela população, de suas idéias. O primeiro passo foi criar o "ônibus de alimentação alternativa". Segundo Fernando Tarran, 47, coordenador do Nutrir, o ônibus era uma "cozinha móvel", que ensinava a população carente a usar, sem desperdícios, restos de legumes e verduras, geralmente desprezados. Com cursos em 50 associações de moradores, a população foi orientada sobre como reaproveitar restos, por exemplo, de couve (talos), beterraba e mandioca. No início deste ano, o ônibus foi desativado. Segundo Tarran, estão sendo estudados novos tipos de cursos para "mudar o hábito alimentar da população". Farinha Paralelamente a isso, o município de Apucarana criou a "Casa da Farinha", onde é produzida uma "multimistura" (leia a receita no texto ao lado). A fórmula usa produtos descartáveis para as indústrias de alimentos, como farelo de trigo, de arroz e folhas de abóbora, mandioca e batata doce. Com essa multimistura, são produzidos cerca de 15 mil pães diários (para entrega em escolas da rede estadual e municipal, creches e maternidades) com um teor de proteína de 9,13%. Para se ter uma idéia, as farinhas lácteas vendidas comercialmente têm 13% de proteína, enquanto o pão francês não chega a 2% de proteína. Além de ser usada na produção dos pães, a multimistura é entregue nos postos de saúde e nas creches da cidade para atendimento das gestantes. Texto Anterior: Índio busca ajuda para preservar caça Próximo Texto: Centro recolhe desnutridos Índice |
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