São Paulo, sábado, 17 de agosto de 1996
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Fundos vão ter limites em leilão da Vale

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Os fundos de pensão que pretendem participar da privatização da Vale do Rio Doce concordam em ter limitada a sua participação no leilão.
A informação foi dada ontem pelo presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luiz Carlos Mendonça de Barros, após palestra realizada na ESG (Escola Superior de Guerra).
Em reunião realizada anteontem na sede do BNDES, ficou praticamente certo que os fundos, que já possuem 14% das ações ordinárias da Vale, poderão comprar cerca de 4% durante o leilão.
O objetivo da limitação é impedir que os fundos se tornem sócios majoritários da Nilco, empresa que está sendo formada para controlar a Vale. Segundo Barros, não haverá sócio majoritário e a gestão será compartilhada.
Outro ponto acertado na reunião foi o que diz respeito à "golden share" (ação com poderes extraordinários, como o de veto, a ser mantida em mãos do governo).
O presidente do BNDES disse que, ao governo, será reservado o direito de ser ouvido caso os demais sócios desejem alienar ativos no valor que ultrapassem 1% do valor da Vale (cerca de R$ 100 milhões). O mercado avalia que as ações da Vale valham cerca de R$ 10 bilhões.
Também se os sócios quiserem vender alguma parte da Vale que tenha sinergia (faça parte de um processo controlado pela empresa), o representante do governo terá que dar sua opinião.
Até o fim do mês, disse Mendonça de Barros, o modelo de privatização da Vale estará definido. Ele será apresentado numa reunião do Conselho Nacional de Desestatização. "O processo de desestatização da Vale será um exemplo de consenso", afirmou.
Na sua palestra na ESG, ele falou sobre a privatização da Vale, a privatização em geral e o processo de globalização. Segundo ele, os estagiários -muitos militares- o questionaram sobre como o banco poderia ajudar na desconcentração industrial, com fomento ao setor no Nordeste e Amazônia.

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