São Paulo, sábado, 17 de agosto de 1996
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Criança de 1 ano morre com suspeita de overdose de crack

MÔNICA SANTANNA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

A polícia suspeita que o bebê Ariele Ribeiro da Silva, de um ano e nove meses, morreu anteontem em Curitiba (PR) em razão de overdose de crack.
Ela chegou a ser atendida no posto de saúde municipal do bairro Boqueirão, onde sofreu uma parada respiratória e outra cardíaca.
O delegado Armando Braga, da delegacia de homicídios, disse que o bebê engoliu pedras de crack, que contém cocaína, que estavam numa lata de refrigerante e que haviam sido usadas por Silas Pereira da Silva, 41, pai da criança.
A família mora no bairro do Xaxim, na periferia de Curitiba. Braga prendeu Silva em flagrante e o indiciou por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), crime cuja pena varia de 8 a 12 anos de prisão.
"Ele fez uso da droga e deixou restos de pedras no chão da casa. O bebê colocou as pedrinhas na boca, o que causou uma intoxicação grave", afirmou o delegado.
Segundo a polícia, Silva disse que fumou o crack, mas que não se lembrava de ter deixado pedras de crack no chão.
Braga se baseou no depoimento de J.R.C., 17, mãe do bebê. Segundo a polícia, ela disse que Ariele colocou na boca restos de pedras de crack que haviam sido deixadas no chão pelo seu marido. Ela afirmou que não teve tempo de retirar a droga da boca do bebê.
Segundo o delegado, o bebê foi submetido a exames, e o IML (Instituto Médico Legal) deve divulgar o laudo dentro de 15 dias.
"O depoimento da mãe é suficiente para indiciar Silva", afirmou o delegado.
Braga disse que Silva estava com documentos falsos e talões de cheques furtados.
O delegado afirmou que Silva tem antecedentes criminais, acusado de furtos, lesão corporal e receptação de objetos roubados.

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