São Paulo, sábado, 17 de agosto de 1996
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Argentina tem déficit de US$ 788,7 mi

DANIEL BRAMATTI
DE BUENOS AIRES

O governo argentino registrou um novo rombo expressivo nas contas públicas em julho. O déficit foi de US$ 788,7 milhões, segundo o Ministério da Economia.
Com isso, o déficit acumulado no ano já se aproxima de US$ 3,3 bilhões. O acordo da Argentina com o FMI (Fundo Monetário Internacional), que terá de ser renegociado, previa um déficit máximo de US$ 2,5 bilhões em 1996.
Para reduzir o rombo, o governo decidiu aumentar impostos, elevar seu nível de endividamento e fechar o cerco sobre os contribuintes. O presidente da Argentina, Carlos Menem, enviou ontem ao Congresso um projeto de lei que estabelece penas de até nove anos de prisão para sonegadores.
O aumento previsto na arrecadação, porém, não será suficiente para equilibrar as contas públicas.
O ministro da Economia, Roque Fernández, pedirá ao Congresso autorização para aumentar de US$ 2,5 bilhões para US$ 4 bilhões o teto de endividamento previsto no orçamento de 96.
Sonegadores
A mesma pena será aplicada, independentemente da quantia sonegada, quando três ou mais pessoas estiverem envolvidas na irregularidade. A atual lei permite que sonegadores evitem a prisão ao pagar multas.
O ministro do Interior, Carlos Corach, disse que o governo não permitirá que os sindicatos distribuam alimentos nas ruas na próxima greve geral, conforme vêm anunciando.
Menem havia dito que não acredita na realização da greve, mas a ameaça de Corach é indício de que o governo a considera inevitável.
A paralisação será discutida em uma reunião das três centrais sindicais, na terça-feira, e deve ser convocada para setembro.
Para tentar evitar a nova greve, Fernández admitiu mudar o decreto que reduziu ou eliminou o pagamento de salário-família para os trabalhadores -principal motivo da última paralisação. Os sindicalistas querem a anulação do decreto, de autoria do ex-ministro da Economia Domingo Cavallo.
Cavallo
Demitido há menos de um mês, Cavallo voltou a ganhar evidência ontem, com o anúncio de que será assessor do novo presidente do Equador, Abdala Bucaram.

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