São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996
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Darly Alves é condenado por assassinato em 1973

Sentença considera culpado acusado da morte de Chico Mendes

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM UMUARAMA

O fazendeiro Darly Alves da Silva foi condenado na madrugada de ontem, no Fórum de Umuarama (656 km a noroeste de Curitiba), no Paraná, a 12 anos de prisão em regime fechado. Ele era acusado de ser o mandante da morte de Acir Urizzi, em 29 de junho de 1973.
O julgamento começou às 9h30 de anteontem, e a sentença foi proferida pelo juiz José Roberto Pinto Júnior à 1h30 de ontem. O júri votou por unanimidade pela condenação do fazendeiro.
A viúva de Urizzi, Maria José Urizzi, disse depois do julgamento que valeu a pena ter esperado 23 anos pela Justiça, e que a sociedade reconheceu a culpa do assassino de seu marido.
Defesa
Os dois advogados de defesa do fazendeiro Darly Alves da Silva estão divergindo sobre a contestação da sentença atribuída a seu cliente.
João Lucena Leal, 57, advogado da defesa, disse, antes de ser proferida a sentença, que iria recorrer de uma eventual condenação.
Depois de conhecida a pena, ele pediu a palavra e afirmou que respeitava a decisão, mas continuava confiando na inocência de seu cliente.
Ele disse que não iria recorrer da sentença, por considerar que não valeria a pena.
O outro advogado de Darly, Armando Reigota, 60, disse que vai recorrer da sentença junto ao Tribunal de Justiça do Paraná, em um prazo de cinco dias.
Chico Mendes
Darly Alves da Silva foi condenado em dezembro de 1990 a 19 anos de prisão por ser o mandante do assassinato de Chico Mendes.
Seu filho Darci -que está foragido da Justiça- foi condenado ao mesmo tempo de prisão pela autoria do crime, ocorrido em 22 de dezembro de 1988. Leal e Reigota também advogaram para Darly, em Xapuri (AC), em 90.
Darly Alves da Silva chegou anteontem a Umuarama e foi cercado por forte esquema de segurança.
Segundo a Polícia Militar, mais de 70 policiais trabalham na proteção ao fórum. O major Ernani Alves Santos disse não acreditar em tentativa de resgate do réu. "O aparato de segurança é pela notoriedade dele", afirmou.

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