São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996
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Bancos fazem críticas às agências de "rating"

GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Bancos fazem críticas às agências de "rating'
Tanto os bancos considerados problemáticos como os bem classificados fazem críticas e ressalvas às agências de "rating".
Reclama-se que as avaliações de risco dão grande atenção aos números dos balanços, mas menosprezam itens como estratégia, qualidade dos ativos e importância dos acionistas.
Luiz César Fernandes, do Pactual, aponta que o banco foi considerado muito "alavancado", por ter um volume de operações relativamente grande em relação ao capital próprio.
Fernandes argumenta, entretanto, que essas operações são formadas por títulos públicos negociáveis em "dez segundos" e, portanto, de risco zero.
Diretor da holding que controla o Bamerindus, Marcos Jacobsen diz que a avaliação do balanço capta um momento do banco, mas não sua evolução.
Ele chama a atenção para as perspectivas de melhora das notas do Bamerindus pela Moody's com a reestruturação promovida pelo banco paranaense.
Na discussão sobre os acionistas, o Lloyds apresenta sua matriz, um dos principais bancos varejistas da Inglaterra.
"A análise (das agências de 'rating') é extremamente quantitativa, desconhece as estratégias, os acionistas", diz Márcio Pepino, diretor de instituições financeiras.
Ele avalia que qualquer análise de risco da filial deveria considerar que eventuais problemas teriam cobertura total da matriz.
Controlados pela União
A polêmica é maior entre os bancos cujo acionista principal é o próprio governo federal, inquebrável por definição.
"Avaliar o Banco do Brasil com os mesmos critérios usados para o resto do mercado é um negócio absurdo", diz o diretor financeiro Carlos Gilberto Caetano.
Sandra Beatriz Tavares, que ocupa o mesmo cargo na Caixa Econômica Federal, não pensa assim.
"Temos de ser avaliados da mesma forma para saber se somos competitivos, porque o próprio controlador pode decidir pela liquidação ordinária de seu banco."

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