São Paulo, segunda-feira, 19 de agosto de 1996
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Venda a prazo cresce nos supermercados

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O aumento da venda a prazo nos supermercados está surpreendendo os empresários. Nas grandes redes, já participa em média com 54% do faturamento, e nas pequenas lojas, com até 45%.
Na rede Sé, a venda financiada corresponde a 45% do faturamento -estimado em R$ 500 milhões para este ano. Há um ano, não passava de 30%.
Os cheques pré-datados representam 25% das vendas da empresa, os cheques-alimentação 15% e os cartões de crédito 5%, diz Peter Hardtmeier, diretor-presidente.
A rede Sé decidiu trabalhar com cartões no mês passado. Nos cálculos de Hardtmeier, até o final do ano eles vão corresponder a 15% da receita da empresa.
A rede Barateiro, com 29 lojas, começou recentemente a financiar a venda ao consumidor. Em julho, passou a trabalhar com cheques pré-datados para 30 dias e, neste mês, com cartões de crédito.
Os cheques pré-datados já correspondem a 15% do faturamento da empresa, informa José Augusto Santana, diretor-presidente. Outros 7% são representados pelos cheques-alimentação e cartões.
A venda a prazo, portanto, corresponde a 22% da receita da empresa. A expectativa da rede é que o cartão de crédito ganhe ainda mais peso, especialmente se os preços ficarem estabilizados.
Wilson Tanaka, presidente do Sincovaga (Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de São Paulo), diz que a venda financiada (cartão de crédito, cheques-alimentação e cheques pré-datados) chega a participar com 25%, em média, da receita dos pequenos supermercados.
"Para alguns chega a 45%", afirma Tanaka. A preocupação dos supermercadistas, segundo ele, é com a inadimplência -de 1% sobre o valor dos cheques a receber.
Há um ano, diz, a venda financiada representava 10% da receita das lojas.
Na análise de Tanaka, os cartões de crédito e os cheques-alimentação tendem a ser as "moedas" mais frequentes nos supermercados daqui para a frente.
Para ele, até o final do ano, 50% da receita dos supermercados virá da venda financiada.
Tanaka acredita que a partir de setembro os supermercados vão iniciar promoções contando com a primeira parcela do 13º salário.
Estratégia
No grupo Pão de Açúcar, as vendas a prazo já participam com cerca de 30% do faturamento, informa Luiz Antonio Viana, diretor-superintendente.
Os negócios à vista, diz ele, ainda têm grande peso nas lojas, apesar de o consumidor ter de fato aderido ao pagamento a prazo na compra de alimentos.
Viana não detalha a participação de cada modalidade nas vendas do grupo por considerar informações estratégicas.
"O que dá para dizer é que está havendo migração da venda à vista para a prazo e que nós estamos tendo cuidado na concessão do crédito para evitar o aumento da inadimplência."

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