São Paulo, segunda-feira, 19 de agosto de 1996 |
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Montagem exige fôlego do ator
DANIELA ROCHA
Nesta entrevista, Reiff conta que não era fã da banda The Who, mas que o papel para ele é um desafio. Após uma turnê de dez meses pelos Estados Unidos e de duas semanas na Cidade do México, Reiff chega ao Brasil. "Estou ansioso. Tommy é um papel de muita responsabilidade. É a maior produção de que já participei", disse ele, de Nova York, em entrevista por telefone. (DR) * Folha - Como você conseguiu o papel de Tommy? Jason Reiff - Participei de um grande teste. Sempre quis atuar nesse tipo de produção. "Tommy" lançou um novo conceito na Broadway. Folha - Como foi o teste? Reiff - Foram cinco, seis dias de testes intensos. Tenho o físico necessário para o papel e isso ajudou. Além de atuar, também danço e canto. Não foi nem um pouco fácil. Estudei dez anos para isso. Folha - Você já se encontrou com Pete Townshend, o líder do Who? Reiff - Não, ele nunca viu nosso show porque estava em turnê com "Quadrophenia" e iria, na sequência, trabalhar em projetos na Inglaterra. Mas ele enviou uma carta ao nosso produtor dizendo que estava feliz com a montagem. Folha - Você era fã da banda? Reiff - Mais ou menos. Minha mãe era fã e tinha o álbum original, que eu escutava quando era pequeno. As músicas me eram familiares, mas não posso dizer que era um fã. A geração dos nossos pais era mais fã da banda. Folha - É difícil interpretar Tommy? Reiff - Exige muito da voz. É um show difícil de cantar porque Tommy canta muito, principalmente nos últimos 20 minutos. Sempre me pergunto se minhas cordas vão segurar. Mas eu me divirto durante a apresentação. Folha - "Tommy" é considerada uma ópera musical que tem referência histórica? Reiff - É. Há cenas com referências da 2ª Guerra Mundial e a história envereda pelos anos 60 e 70. Há referências sociais - o estouro do fliperama- e também de época nas roupas e cenários. Folha - O que faz "Tommy" ficar em cartaz por tantos anos? Reiff - A montagem de "Tommy" na Broadway foi um marco. Eu atribuo tanto tempo em cartaz à simplicidade da música. Quando se tem música simples e acessível é possível fazer arranjos de formas diferentes. Isso torna a ópera acessível ao público mais novo. A resposta tem sido ótima. Folha - Por isso o musical é acessível até a crianças? Reiff - É, o show cruza gerações. É maravilhoso ver adultos fanáticos pelo Who que se levantam e ficam loucos e também menininhas que esperam ansiosas por um autógrafo no final da apresentação. Eles carregarão sempre a música consigo. Folha - Qual a cena mais significativa? Reiff - É quando Tommy faz uma avaliação de si mesmo. Quando ele se olha no espelho e se sente capaz de fazer suas escolhas e tomar decisões sobre sua vida e seus sonhos, em vez de esperar por alguém que o dissesse o que fazer. Texto Anterior: Os Números Próximo Texto: Trilha não supera disco original do Who Índice |
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