São Paulo, segunda-feira, 19 de agosto de 1996
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Gráficas digitais eliminam o fotolito

HEINAR MARACY
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O fotolito, lâmina de plástico transparente também conhecida como filme, está morrendo. Utilizado em gráficas para impressionar as chapas metálicas para impressão off-set, começa a ser substituído por tecnologias mais avançadas.
Nos últimos dez anos, o setor gráfico tem apresentado grandes mudanças em seu processo produtivo.
Antes da chegada da editoração eletrônica, o processo de produção de fotolitos era um trabalho quase artesanal.
Com os computadores, vieram as imagesetters, máquinas que imprimem arquivos eletrônicos em fotolito, separando as quatro cores utilizadas no processo de impressão (ciano, magenta, amarelo e preto).
As imagesetters geraram um novo tipo de empresa, o birô de pré-impressão, que faz a transformação de trabalhos criados digitalmente em filme impresso.
Hoje, os novos avanços da tecnologia estão forçando birôs e gráficas a repensar sua estrutura e a criar uma nova classificação: a gráfica digital.
Minigráficas
A grande novidade do mercado gráfico hoje são equipamentos como a QuickMaster-DI, da alemã Heidelberg, a E-Print, da israelense Indigo, e a DCP/32D, da belga Xeikon.
Essas máquinas são verdadeiras minigráficas. Eliminam a etapa do fotolito, transformando diretamente o arquivo digital em chapa de impressão (método conhecido como direct-to-plate) ou em folha impressa (direct-to-print).
Essas tecnologias já estão sendo utilizadas no Brasil. Birôs e gráficas estão adquirindo esses equipamentos para atender uma demanda específica: a de impressões de baixas tiragens.
O birô de pré-impressão PostScript, de São Paulo, e a Editora Santuário, de Aparecida (170 km a nordeste de São Paulo), fazem parte do rol das primeiras empresas a comprar impressoras off-set digitais no Brasil.
Essas máquinas custam cerca de US$ 600 mil, mais impostos e frete.
"A principal vantagem desse tipo de equipamento é a agilidade que ele traz", diz Luiz Eduardo Surian, diretor da PostScript.
Tiragem limitada
Segundo ele, a QuickMaster-DI consegue automatizar todo o trabalhoso processo de fotolitagem, gravação de chapas, ajuste de registro e calibragem de tintas.
"Em menos de 30 minutos após a entrada de um trabalho já estamos tirando a primeira impressão", diz ele.
A principal limitação dessas máquinas está na tiragem. Hoje, impressoras digitais têm melhor relação custo/benefício que as convencionais em tiragens de até 15 mil exemplares.
Paulo Francisco dos Santos, gerente-geral da Editora Santuário, acredita que o sistema implantado em sua empresa deverá reduzir o tempo de preparação da impressão para dez minutos.
"Até o final do próximo ano estaremos descartando totalmente o uso de fotolito", diz ele.

Onde saber mais - Gutenberg: tel. (011) 250-4400; IBF: tel. (011) 5585-0502

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