São Paulo, terça-feira, 20 de agosto de 1996
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Feirante confessa tiro em motorista

Acusado se apresentou

DA REPORTAGEM LOCAL

O feirante Oscar Tomio Yugue, 34, foi indiciado sob a acusação de homicídio doloso (quando há intenção) pela morte do motorista Luis Eduardo dos Santos, 23.
O crime aconteceu por volta das 11h30 da última sexta-feira, na avenida Francisco Morato, na zona oeste de São Paulo.
Santos dirigia uma Kombi. Ele levou um tiro e acabou tombando o carro, que o esmagou. Testemunhas afirmaram à polícia que o tiro foi disparado por uma pessoa que dirigia um caminhão amarelo.
Yugue se apresentou ontem à tarde à polícia. Ele confessou ter atirado em Santos, que o teria ofendido e ameaçado atirar. "Foi uma fatalidade", afirmou.
A polícia só chegou até o feirante porque uma pessoa que presenciou o crime informou as características do caminhão a policiais militares que faziam patrulhamento na rua do Tesouro.
Perto de Taboão da Serra (Grande São Paulo), onde Yugue mora, os PMs avistaram o caminhão e o pararam. Os policiais perguntaram se o feirante estava armado e se havia efetuado algum disparo na avenida Francisco Morato.
Ele respondeu que tinha dado um tiro para assustar um motorista que o havia xingando e feito gestos obscenos.
Yugue foi levado para a delegacia de Taboão da Serra e teve a arma, com cinco cápsulas intactas e uma deflagrada, apreendida por falta de porte.
Os investigadores do 34º DP, onde o caso foi registrado, tomaram conhecimento da apreensão da arma de Yugue no sábado e o intimaram a depor.
O feirante compareceu ontem à tarde à delegacia para prestar depoimento e confirmou ter feito o disparo, mas não sabia que o tiro tinha atingido o motorista.
Segundo Yugue, tudo aconteceu porque Santos tentou forçar uma ultrapassagem. Como não havia conseguido, o feirante disse que a vítima passou a xingá-lo e a dizer que iria lhe dar um tiro.
Yugue disse que parou seu caminhão e foi conversar com Santos. Nesse momento, segundo o feirante, o motorista teria se abaixado e feito um gesto que sugeria que estivesse pegando uma arma.
O feirante atirou, "para assustar", e foi embora. "Se ele não tivesse feito isso, nada teria acontecido. Me arrependo muito."

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