São Paulo, terça-feira, 20 de agosto de 1996
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Cheque sem fundos volta a aumentar

Pré-datado explica alta

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O número de cheques sem fundos voltou a crescer neste mês.
A inadimplência, medida pela Teledata, que dá garantia de cheques, deve representar 3,10% dos cheques garantidos pela empresa em agosto (3,5 milhões).
Esse percentual vem aumentando: havia passado de 2,22% em junho para 2,61% no mês passado.
A inadimplência tende a se acentuar com a intensificação do uso do cheque pré-datado, diz Deolinda Victoria, gerente de marketing da Teledata.
O risco de um cheque pré-datado não ter fundos é maior devido ao descontrole por parte do consumidor. Estima-se que esse risco pode ser duas vezes maior do que no caso de um cheque para ser descontado imediatamente.
Para Deolinda, o desemprego também explica a inadimplência.
"A inadimplência está ganhando fôlego, mas ainda está sob controle", diz.
Em agosto de 95 o número de cheques roubados e sem fundos representou 3,58% do total de cheques garantidos pela empresa.
Pelos números da Teledata, os cheques pré-datados devem representar neste mês 68,67% do total de cheques consultados pela empresa -previsto para 3,6 milhões.
No mês passado, eles participaram com 65,96%; em junho, com 68,46%. Nos números da Teledata não estão computados os cheques pré-datados de curto prazo, como para uma semana.
"O uso deles está generalizado", diz Deolinda. Significa que de cada 100 cheques emitidos pelo consumidor, 69 são pré-datados.
Em agosto do ano passado, lembra ela, de cada 100 cheques assinados, 61 eram pré-datados.
Desempenho do comércio
As vendas neste mês estão mais fracas do que no mês passado para surpresa dos lojistas que esperavam faturar mais por conta do Dia dos Pais e do início da liquidação de inverno.
"A expectativa era de aumento nas consultas em agosto", diz Emílio Alfieri, economista da Associação Comercial de São Paulo.
Na comparação com igual período do ano passado, as consultas ao Telecheque cresceram 16,9% neste mês, e ao SPC, 42,6%.
Alfieri diz que esse aumento sobre o ano passado já era esperado pelo fato de o lojista utilizar mais o sistema por causa do risco da inadimplência.
"O fato é que esperávamos para este mês aumento de 2% nas consultas ao SPC e ao Telecheque sobre julho."

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