São Paulo, terça-feira, 20 de agosto de 1996 |
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'Ritmo devolveu a graça à dance'
EVA JOORY
Quem confirma a tendência é o produtor e compositor inglês Martin Lascelles, 34, dono da nova gravadora Props, especializada em charme, só que com o nome inglês, "swing" (balanço). Seu último hit, "Love in Return", está incluído no disco "Casino Disco Club". Em entrevista à Folha por telefone, de Londres, Lascelles disse que o "swing" está em alta porque as pessoas estão entediadas com o rumo atual da dance music. (EJ) * Folha - Você acha que o charme está em alta basicamente por ser um estilo romântico? Martin Lascelles - Não só por isso. É pelo fato de ter vocais também. A dance perdeu a graça quando começou a produzir demais e ter qualidade de menos. Folha - Quando você fundou seu selo e por que sentiu a necessidade de um selo especializado? Lascelles - Em 1994. Era um jeito de chamar a atenção para esse tipo de música. As pessoas têm necessidade de melodia, não só batidas. Acho que consegui isso. Tenho artistas novos, como a Lorraine, que com uma única música, já aparecem nas paradas e são tocados nos clubes. Folha - Por que o tom das músicas é sempre romântico? Lascelles - Acho que porque, para um ritmo desses, não tem jeito de não falar de amor. Não dá para falar de política, dá? Folha - É verdade que esse tipo de música não incita à violência e ao uso de drogas, comuns nos clubes ingleses? Lascelles - É verdade. Acho que o ritmo leva as pessoas a ficar mais românticas e mais preocupadas em acertar a dança. Folha - Você lança remixes das músicas. Como são feitos os remixes, já que na house e no techno os remixes são produzidos por DJs e atingem bpms (batidas por minuto) altíssimos? Lascelles - Acho que os DJs de house e de suas variações perderam a habilidade de criar novidades com os remixes. No final, todas as versões soam iguais. Eu trabalho com músicos que tentam trazer sabores diferentes aos remixes. Para isso é preciso criar um estilo. Mas é certo que os remixes de "swing" não ultrapassam 90 bpms, ao contrários dos remixes de techno, que chegam a 140bpms. Texto Anterior: Movimento flerta com funk e rap Próximo Texto: Tim Maia lança dois discos e grava terceiro Índice |
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