São Paulo, terça-feira, 20 de agosto de 1996
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Coréia do Sul ameaça alvejar estudantes

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A polícia da Coréia do Sul ameaçou usar armas de fogo para acabar com um protesto de cerca de 2.000 estudantes em uma universidade de Seul, a capital.
Alguns estudantes começaram a se render ontem por causa da fome (a polícia está impedindo a entrada de comida), dos ferimentos e do medo de serem presos.
"A polícia vai usar todos os meios para acabar com a violência daqueles que carregam armas como bombas incendiárias e canos de aço contra policiais que estão executando suas funções de acordo com a lei. Armas de fogo serão usadas, se necessário", disse o chefe de polícia Park Il-young.
A repressão a uma manifestação de estudantes em maio de 1980 na cidade de Kwangju (sul) deixou mais de 200 mortos.
Cerca de 10 mil policiais cercam 2.000 estudantes na Universidade Yonsei, no oeste de Seul.
Pelo menos dez estudantes, alguns inconscientes, foram levados ontem a hospital. Os restantes prometeram continuar o protesto.
Os estudantes começaram a manifestação, que completa hoje sete dias, para marcar o 51º aniversário da divisão da península em Coréia do Norte e do Sul.
Eles pedem a reunificação das Coréias e a saída dos 37 mil soldados dos EUA que garantem a segurança da Coréia do Sul.
A polícia diz que pelo menos 700 policiais ficaram feridos nos enfrentamentos com os estudantes.
As autoridades estão ameaçando cortar o suprimento de energia elétrica e de água na universidade.
O premiê da Coréia do Sul, Lee Soo-sung, prometeu punição severa para os líderes do protesto. "Eles apóiam a Coréia do Norte na incitação de violência e destruição dos esforços genuínos de apressar o processo de reunificação."
O primeiro-ministro afirmou que os estudantes cometeram um crime grave, mas poderão sair com "condescendência completa" do governo, exceto os seus líderes.
Viagem ilegal
O escritor sul-coreano Kim Yong foi preso ao retornar à Coréia do Sul por desrespeitar a lei de segurança nacional do país.
Ele havia ido para a Coréia do Norte, onde também foi preso, por violar a fronteira. O escritor disse ter entrado na Coréia do Norte porque estava alcoolizado.

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