São Paulo, quarta-feira, 21 de agosto de 1996
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Faroeste feminino tem resultado frouxo

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Clint Eastwood apontou com tanta clareza os rumos do faroeste contemporâneo, quando fez "Os Imperdoáveis", que fica difícil compreender como, depois dele, se teve a ousadia de filmar "Quatro Mulheres e Um Destino" (Telecine, 21h).
A idéia é pertinente, não importa o quanto de marketing entre aí: fazer um faroeste feminino e até feminista. Mas que verdade pode haver num grupo de prostitutas que decide tomar seu destino em mãos e livrar-se de seus opressores?
Filmes não precisam ser realistas para serem visíveis. É improvável que "O Poderoso Chefão", por exemplo, tenha muito a ver com a Máfia real. Mas o ponto de partida era mostrar o crime organizado como um negócio e, com isso, identificar o mundo dos negócios e o mundo criminal.
"Quatro Mulheres" padece de irrealismo e de falta de verdade. Prostitutas não eram pistoleiras. Caso fossem, não seriam prostitutas. O grupo comandado por Madeleine Stowe poderia constituir uma gloriosa exceção, caso houvesse uma idéia forte.
Como não há, temos um grupo de simpáticas garotas brincando de caubóis, ao sabor do arbítrio do roteiro. Não é impossível de assistir. Mas é frouxo (num dia, por sinal, de filmes frouxos).
(IA)

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