São Paulo, quarta-feira, 21 de agosto de 1996
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Festival internacional volta de cara nova

CARLOS CALADO
ESPECIAL PARA A FOLHA, NO RIO

Ao entrar em sua segunda década de vida, o Free Jazz Festival -que este ano acontece de 10 a 12 de outubro, em São Paulo; e de 11 a 13 de outubro, no Rio de Janeiro- volta de cara nova.
Com mais salas de espetáculo e shows simultâneos para públicos diferenciados, o evento brasileiro se amolda aos padrões de outros importantes festivais internacionais (leia texto abaixo).
"O jazz passa por um momento de transição. Muitos dos grandes artistas desse gênero já morreram", justificou a produtora Monique Gardenberg, durante coletiva de imprensa, ontem, no Rio.
"Nos últimos anos, vínhamos sendo atropelados pelas novas tendências. Tivemos que retirar as cadeiras para os shows de acid jazz. Agora teremos um palco para cada tipo de público", diz a diretora da Dueto Produções.
O novo formato exigiu um investimento maior. "A marca Free está investindo hoje 10 milhões de dólares, 65% a mais em relação a anos anteriores", disse Rubens Campos, gerente de marcas da Souza Cruz, patrocinadora do evento.
O elenco da 11ª edição do Free Jazz é certamente o mais eclético da história do evento. Além de vários estilos do jazz, abre-se também ao pop da cantora islandesa Bjork e à dance music do grupo inglês 808 State.
Há tendências para quase todos os gostos, incluindo também o soul e o funk dos veteranos norte-americanos Isaac Hayes e George Clinton, o pop étnico do africano Salif Keita e o acid jazz do James Taylor Quartet e do Incognito.
A nova geração do jazz está muito bem representada, principalmente pelas presenças do saxofonista James Carter, do contrabaixista Christian McBride e do trompetista Nicholas Payton -três músicos de talento incontestável.
"Aos 20 anos, um mestre como Louis Armstrong não tinha o conhecimento musical que esses garotos têm hoje", diz Zuza Homem de Melo, produtor do evento.
A velha guarda do jazz também não foi esquecida: está representada pelo trompetista Clark Terry e pela cantora Ernestine Anderson.
O elenco nacional cresceu. Terá os cantores Edu Lobo e Johnny Alf e os instrumentistas Paulinho Trompete e Zé Nogueira.
Com definição prevista para os próximos dias, o festival também poderá se estender à Porto Alegre. "Local e artistas já estão reservados. Só falta bater o martelo", disse a produtora Sylvia Gardenberg.

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