São Paulo, quarta-feira, 21 de agosto de 1996 |
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Aurélio em CD oferece bons recursos
PASQUALE CIPRO NETO
Não é bem assim. Quando a Folha me pediu que avaliasse o Aurélio eletrônico, a primeira coisa que fiz, depois de instalado o engenho, foi procurar o verbete "ônibus". Queria verificar o grau de fidelidade do eletrônico ao de papel. Para meu espanto, constatei que nem os namorados mais apaixonados são tão fiéis. O mesmo erro que há na edição de papel foi mantido na versão eletrônica. Explico. Depois de esclarecer o que é "ônibus", Aurélio dá, como subverbete, "ônibus elétrico", que, segundo o dicionário, é "trólebus". Até aí, nenhum problema. Procurando "trólebus", na letra "t", encontra-se "trolebus", sem acento, ou seja, uma oxítona. Afinal, é trólebus ou trolebus? É "trólebus", proparoxítona. Existem vários problemas de revisão no Aurélio de papel, que, a julgar pelo caso de "trólebus/trolebus", lamentavelmente foram mantidos na versão eletrônica. Quanto à funcionalidade, nenhuma contestação. As vantagens sobre a versão de papel são inegáveis, a começar pela rapidez. É ótima a idéia da tela separada para os exemplos, em citações literárias, do emprego da palavra procurada. Outro ponto positivo, porém perigoso, é o corretor ortográfico. Não é um corretor gramatical, nem poderia ser. Você não estará livre dos erros de concordância, de regência ou de pontuação por exemplo. O corretor diz apenas que você escreveu "excessão", e não a forma correta, "exceção". Outro perigo do corretor é que ele não distingue "esta" de "está", "secretária" de "secretaria" etc. Afinal, todas essas palavras existem na língua. É você que deve saber, de acordo com o contexto, se é "hesito" ou "êxito". O dicionário oferece também o sistema de "pesquisa reversa", em que o usuário pode "pedir" uma palavra que corresponda a uma determinada expressão. Se você quer saber como se chama o "medo de altura", basta introduzir "medo altura" (sem a preposição "de") para descobrir que o misterioso termo desejado é "acrofobia", ou "hipsofobia". Esse recurso, sem dúvida, é fantástico e faz qualquer um se render às maravilhas da informática. O que não é nada maravilhoso é o preço (R$ 133). Comprei um semelhante em Portugal, da Texto Editora (Dicionário Universal Multimédia -sim, multimédia- da Língua Portuguesa), por pouco mais de US$ 50. O português não tem o recurso da pesquisa reversa, mas tem som, imagem e um memorável locutor lusitano que diz "A Texto Editora apresenta...", para deleite de quem ama a nossa língua portuguesa com sotaque original. Onde encontrar - Lexikon: tel. (021) 224-3434 Texto Anterior: Conheça alguns cursos na área de informática Próximo Texto: Aulas ganham reforço de multimídia Índice |
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