São Paulo, quinta-feira, 22 de agosto de 1996 |
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Juiz manda investigar órgão municipal
ROGÉRIO GENTILE
A busca foi determinada pelo juiz Dyrceu Aguiar Cintra Júnior, da 1ª Zona Eleitoral. Duas pastas com cartas de recomendação, enviadas nos últimos cinco dias por vereadores e outros políticos, foram apreendidas. As cartas pedem para que o superintendente do Iprem, Bertoldo Salum, receba certos funcionários públicos que pretendem obter financiamentos imobiliários. As inscrições para o programa, porém, foram encerradas em 15 de setembro de 1994. Suspeita-se que os indicados estejam sendo incluídos na lista de espera. A apreensão foi determinada pelo juiz após representação feita pelos vereadores Odilon Guedes e Chico Whitaker, ambos do PT. Os parlamentares afirmam que existe duplicidade na numeração das inscrições do plano de financiamento. Para os vereadores, isso evidencia que houve inscrições posteriores ao prazo legal. A Polícia Federal apreendeu também alguns processos já finalizados para checar se há fraude. A representação cita o depoimento de uma funcionária pública, Maria Lucia Simões de Oliveira, dado a Chico Witaker, que é presidente da Comissão de Administração Pública da Câmara. No depoimento, a servidora diz que teria procurado o Iprem para conseguir um financiamento e notou que "quem tinha levado carta de apresentação dos políticos era passado para o começo da fila". Além disso, segundo Maria Lucia, o superintendente do Iprem teria dito aos servidores que "enquanto o prefeito Paulo Maluf estivesse na prefeitura tudo estaria garantido". "Mas podem ficar tranquilos porque vamos ganhar no primeiro turno e todos vão receber as suas casas", teria afirmado Bertoldo Salum, referindo-se ao candidato Celso Pitta (PPB). Entre os documentos apreendidos estão cartas dos vereadores Hana Gharib (PPB), Dárcio Arruda (PPB), Nelo Rodolfo (PPB), Wadih Mutran (PPB), Viviane Ferraz (PL), Almir Guimarães (PDT), Cosme Lopes (PPB), Jooji Hato (PMDB) e Brasil Vita (PPB), entre outros. Todos candidatos à reeleição. Há também papéis assinados por Marcos Ribeiro, que se intitula assessor especial de política do prefeito Paulo Maluf, e pelo deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PPB). Texto Anterior: Cúpula quer o horário da TV sem Quércia Próximo Texto: Salum nega as acusações Índice |
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