São Paulo, sexta-feira, 23 de agosto de 1996
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Inquérito conclui por crime passional

ARI CIPOLA
DA AGÊNCIA FOLHA

A conclusão do inquérito da polícia alagoana sobre a morte de PC Farias e da namorada Suzana Marcolino, que chega à Justiça na próxima terça-feira, relatará que o crime teve motivação passional.
O documento preparado pelo delegado Cícero Torres, que preside o inquérito, diz que Suzana Marcolino matou PC e se suicidou, seguindo laudo elaborado por peritos alagoanos e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e 30 depoimentos colhidos no inquérito.
Torres justifica sua convicção alegando "desequilíbrio emocional" de Suzana, que também enfrentava "dificuldades financeiras" e "ciúmes de Cláudia Dantas", com quem PC mantinha um romance nos últimos 30 dias de sua vida.
O delegado antecipou à Agência Folha que indicará, na introdução do relatório, a possibilidade de a prima de Suzana, Zélia Maciel, e a amiga Mônica Calheiros responderem processo sob acusação de co-autoria em homicídio e contravenção (venda ilegal de arma).
Zélia Maciel participou da compra da arma, e Mônica Calheiros vendeu o Rossi calibre 38 utilizado no crime. A arma adquirida por Suzana Marcolino era ilegal, já que não tinha registro. O Código Penal Brasileiro prevê pena de 12 a 30 anos de prisão para autor e co-autor de homicídio.
Torres disse que preferiu não indiciar as duas por considerar a questão polêmica, deixando a decisão para o Ministério Público.
"Entendo que elas participaram indiretamente na venda da arma usada no crime. Mas não tenho provas de que elas sabiam que Suzana usaria a arma para matar PC e depois se suicidar", afirmou.
Questionado por encerrar o inquérito antes de ter certeza de que a voz de homem ouvida na fita da secretária eletrônica do dentista paulista Fernando Colleoni é ou não de PC Farias, Torres diz que o laudo da Unicamp diz ser "impossível reconhecer a voz com a qualidade da fita".
Jardineiro
O jardineiro da casa de PC Farias, Gilson Lima da Silva, foi intimado ontem a depor. Torres diz acreditar que Silva é o autor da entrevista que o legista George Sanguinetti afirma ter e que mostraria que o crime não foi passional.

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