São Paulo, sexta-feira, 23 de agosto de 1996
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Visitantes não são revistados ao entrar

DA REPORTAGEM LOCAL

Nenhum visitante é revistado ao entrar na 14ª Bienal Internacional do Livro. A segurança do evento é feita pela empresa Prevenção Vigilância e Segurança Ltda, que conta com 120 homens, divididos em dois turnos e espalhados pelos três pavilhões da Bienal.
"Nunca houve esse procedimento em eventos como esse", declarou o presidente da empresa, Luiz Alessandri, 54.
O presidente da Bienal, Altair Ferreira Brasil, confirma e diz preferir que a revista continue banida.
"Não podemos pedir às pessoas que abram bolsas para espiarmos o que existe dentro delas. Em 26 anos nunca houve um fato assim. Como poderíamos adivinhar que uma coisa dessas aconteceria?"
Fato inédito
Segundo Alessandri, sua empresa faz pelo menos dez eventos por ano no Expo Center Norte. Ele trabalha em serviços de segurança há dez anos e diz ter visto uma bomba pela primeira vez na vida.
"Nunca tive um caso como esse. Em geral, em eventos desse tipo, no máximo lidamos com pequenos furtos e crianças pequenas."
Os homens de sua empresa recebem um treinamento básico para lidar com explosivos. "Não somos especialistas. Na hora, tentamos tirar a bomba de perto do público e acionamos o Gate."
O treinamento consiste, basicamente, em identificar artefatos explosivos. "Não procuramos nunca tentar desarmar uma bomba. Essa é uma tarefa que exige treinamento especial."
Depois da retirada da bomba, houve uma reunião envolvendo a equipe de segurança e a Polícia Militar, que passa a atuar do lado de fora da Bienal.
Segundo Alessandri, o esquema de segurança será reforçado, mas ele não deu os detalhes. "Isso não pode ser divulgado."
"Os banheiros são revistados regularmente. Os homens mantêm vigilância em todos os estandes e dependências. Mas a segurança de eventos como esse, em geral, não inclui força física, como é o caso de jogos de futebol ou shows."
Segundo Alessandri, nenhum de seus homens anda armado. "Não é permitido usar armas em um ambiente desses", disse ele.
Alessandri descartou a possibilidade de a bomba ter sido colocada dias antes de ter sido encontrada.

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