São Paulo, sábado, 24 de agosto de 1996
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Para entender o caso

- A atriz Daniella Perez é encontrada morta em área deserta da Barra da Tijuca (zona sul do Rio) na noite de 28 de dezembro de 1992. Seu corpo apresenta muitas perfurações, possivelmente feitas por uma tesoura.
- De madrugada, na delegacia da Barra, a mãe da atriz, Glória Perez, recebe pêsames de artistas, entre eles o ator Guilherme de Pádua, colega da vítima no elenco da novela "De Corpo e Alma", da Rede Globo. Glória é autora da novela.
- Na manhã seguinte, a polícia prende Guilherme de Pádua, que confessa ter matado a atriz.
- Dias depois, é presa Paula Thomaz, mulher de Pádua. Grávida, ela teria confessado a participação no crime em depoimento informal a policiais civis. Ela sempre negou ter confessado. Paula diz que esperava o marido em um shopping na Barra.
- Pádua afirma que era amante da atriz. Na versão de Pádua, após gravar cenas da novela o casal teria ido à Barra conversar.
- Pádua disse que anunciou a Daniella o fim do suposto caso. Ela teria se revoltado e o atacado com uma tesoura. O ator disse que deu uma "gravata" (golpe no pescoço) em Daniella, que teria desmaiado. Pensando que ela morrera, Pádua teria atacado a atriz a tesouradas, para simular uma resistência a criminosos.
- Em suposta confissão a policiais, Paula teria dito que estava junto com o marido no momento do crime.
- A família de Daniella nega que ela estivesse envolvida com Pádua. Tanto a mãe quanto o marido, o ator Raul Gazolla, dizem que a morte de Daniella foi planejada em um ritual. Pádua e Paula seriam adoradores da imagem de um "preto velho", a quem teriam prometido sacrifícios.
- Os advogados do casal negam a versão do ritual de magia.
- Ao longo dos meses, Pádua e Paula foram divergindo. O ator acabou mudando sua versão. Hoje, diz que Paula foi a autora dos golpes de tesoura.
- Paula continua negando que tenha estado com o marido no momento do crime.
- O filho do casal nasceu em 1993 e viveu os primeiros meses com a mãe em carceragem da polícia em Niterói (cidade a 15 km do Rio).
-Pádua e Paula se separaram judicialmente em 1994. Para a promotoria e a família da vítima, a separação é uma farsa a servir como estratégia de defesa no julgamento.
- Ao longo dos três anos e oito meses de prisão, os advogados de Paula tentaram conseguir na Justiça sua libertação. Fracassaram em todas as instâncias.
- O julgamento do casal está marcado para começar na próxima quarta-feira, dia 28.

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