São Paulo, sábado, 24 de agosto de 1996 |
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Dois ficam feridos em confronto em Brasília
PAULO SILVA PINTO
O vigilante Praxedes Nezerra levou um tiro no pé, e o sargento Otávio Lopes teve um dedo quebrado por pauladas e pedradas. A PM retirou do loteamento um caminhão que iria entregar madeira. Moradores resolveram enfrentar os policiais e levaram o caminhão de volta ao local da entrega. Em seguida, fecharam a Via Estrutural, que liga Brasília às cidades satélites de Taguatinga e Ceilândia. O tráfego foi interrompido entre 16h e 18h. "O policial atirou no povo. Poderia ter acertado em qualquer pessoa", disse Marlene Mendes, vice-presidente da Associação de Moradores da Estrutural. A diretora de planejamento do Instituto de Desenvolvimento e Habitação do Distrito Federal, Tássia Regino, tem outra versão. "O sargento estava sendo atingido por pauladas. Atirou em legítima defesa para o chão, tanto que acertou uma pessoa no pé", disse. Segundo Tássia, o acordo realizado com os moradores para que não fossem expulsos prevê que eles não podem reconstruir ou aumentar suas casas -e por isso o caminhão foi impedido de entrar. O governo do Distrito Federal quer transferir os moradores para outro local porque eles estão instalados em área de proteção ambiental, afetando as nascentes de rios do Parque Nacional de Brasília. "O marido de Marlene tem uma madeireira dentro da invasão, e por isso eles querem impedir um acordo para a remoção dos moradores", disse Tássia. Marlene negou que o caminhão estivesse fazendo entregas na madeireira. "O caminhão estava deixando uns móveis e iria entregar as madeiras em Ceilândia", disse. Texto Anterior: Glória Perez se recusa a falar sobre o julgamento Próximo Texto: 3 são baleados em festa em Brasília Índice |
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