São Paulo, sábado, 24 de agosto de 1996
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Dieese registra inflação de 2,34%

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A primeira taxa de inflação do Dieese com a nova POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), referente a julho, foi de 2,34% no município de São Paulo. A taxa mostra forte aceleração em relação à de junho (0,91%), quando a POF utilizada era a de 82/83.
Para o mês passado, a Fipe registrou taxa de 1,31%.
"Estamos com a inflação real", diz Sérgio Mendonça, diretor técnico do Dieese. A POF é uma fotografia dos hábitos de consumo no momento da pesquisa, diz José Maurício Soares, da Assessoria de Direção Técnica do Dieese.
Maior peso
Por coincidência, vários dos itens que a nova POF indicou que passaram a pesar mais no bolso dos paulistanos subiram acentuadamente em julho. Foram os casos de seguro-saúde, medicamentos, transporte coletivo e frutas. A alta se deve basicamente à nova base de ponderação, segundo Cornélia Nogueira Porto, coordenadora da pesquisa da nova POF.
Unindo nova ponderação e aumento de preços, o setor de saúde foi o grande vilão da taxa de julho. Na média do índice geral, o setor teve alta de 7,20%, com participação de 0,59 ponto percentual na taxa de 2,34%. A principal elevação do setor foi a de convênios e seguros-saúde, que tiveram reajustes de 10,36% no mês.
Saúde
O item de saúde perdeu apenas para o de alimentação, que teve participação de 0,67 ponto.
A partir de julho, o Dieese passa a divulgar quatro Índices de Custo de Vida e em todos o setor de saúde teve grande influência na taxa.
Três índices indicam a evolução do custo de vida por estrato de renda, enquanto o quarto, chamado de geral, é a média dos demais.
A faixa de renda do índice geral é de R$ 1.365,48, valores de junho, que correspondem a 12,2 salários mínimos. Em julho, a alta de preços foi de 2,34% nesse índice. Na menor faixa de renda, que tem como média famílias com rendimento familiar de R$ 377,40, a alta em julho também foi de 2,34%.
Já a faixa intermediária, que mede preços para famílias com renda média de R$ 934,17, foi a que teve o maior impacto dos aumentos de preços em julho, com aumento médio de 2,43%.
Maior renda
As famílias do estrato superior, que têm renda média de R$ 2.782,90, tiveram aumento de preços de 2,27% no mês passado. O Dieese adotará como índice oficial, no entanto, o geral.
Cada um terá uma finalidade específica. O das classes de renda menor deve servir de acompanhamento da evolução do salário mínimo. Sua ponderação passa a ser empregada para o cálculo do salário mínimo necessário, medido pelo Dieese.
O setor de alimentação, que teve seu peso reduzido na participação total no índice, subiu 2,34% em julho pelo índice geral. As maiores altas ficaram para produtos "in natura" (4,34%).
Com a taxa de julho, a inflação acumulada de São Paulo conforme o Índice de Custo de Vida do Dieese sobe para 12,21%. Em 12 meses, os preços subiram 23,71% para os paulistanos.

LEIA MAIS sobre a nova POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) do Dieese na pág. 2-5

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