São Paulo, domingo, 25 de agosto de 1996
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Interior vive metropolização do crime

DA REDAÇÃO; DAS REGIONAIS

O sonho de dormir com as janelas abertas no interior do Estado de São Paulo acabou.
As cidade médias, com mais de 300 mil habitantes, sofrem a "metropolização da violência".
Campinas -a maior cidade do interior- registra um roubo ou um furto a cada 35 minutos.
Em Ribeirão Preto, está havendo o que os especialistas chamam de "guerra civil" pelo controle do tráfico de drogas.
A guerra foi responsável por uma chacina de quatro pessoas, três homens e uma mulher, no dia 5 deste mês na cidade.
São José dos Campos, que fica junto à via Dutra e no meio caminho entre São Paulo e Rio de Janeiro, sofre justamente por essa sua posição geográfica. Criminosos fugindo de qualquer uma das capitais param e agem na cidade.
Mobilização
Com esse acréscimo da criminalidade, não é sem motivo que moradores, empresários e entidades sindicais e de direitos humanos querem estender para todo o Estado o Reage São Paulo.
O movimento, que nasceu em São Paulo após a morte de três estudantes em um final de semana, tenta encontrar soluções para reduzir a violência.
"Vim para o interior em busca de paz e estou em um local tão violento quanto a capital", afirma a comerciante Maria Laudir Papareli, 51, que trocou São Paulo por São José do Rio Preto há dois anos.
A cidade, a 451 quilômetros a noroeste da capital, teve um aumento de 72,5% no número de furtos no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado.
"Estou ficando traumatizada. Se pudesse, venderia minhas três casas e a chácara e voltaria para São Paulo", afirma Maria Laudir, que teve a casa, localizada dentro de um condomínio fechado, arrombada e queimada.
"O sonho da cidade tranquila acabou. Hoje não existe mais segurança, só temor e medo", diz o ortopedista Luca Branquinho, 58, que passou três horas em poder de assaltantes em sua casa em São José dos Campos.
LEIA MAIS sobre a violência da pág. 2 à pág. 9

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