São Paulo, domingo, 25 de agosto de 1996
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Dois crimes brutais mobilizam cidade

VALMIR DENARDIN

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SOROCABA

Movimento vai combater armas

Dois crimes brutais, sem reação das vítimas, em quatro dias na região de Sorocaba (87 km de SP) estão levando à criação de um movimento de combate à violência.
Prefeitura, Igreja Católica, Justiça e o escritório regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) estão se aliando a famílias de vítimas da violência para organizar uma campanha contra a criminalidade e o porte de armas.
A primeira adesão ao Reage Sorocaba partiu de Ivani da Purificação Martins, 40, viúva do empresário Bernardo Martins Júnior, morto e queimado dentro de seu carro depois de suposto assalto.
"Temos que fazer alguma coisa para sensibilizar a sociedade para que outras famílias não passem pelo que estamos passando".
"Antes tínhamos medo de viajar para o Rio, mas hoje temos receio de andar na nossa própria cidade", completou José Carlos Martinez, 42, primo e gerente administrativo da empresa de Martins Júnior.
Dono da construtora Apoio, de Sorocaba, Martins Júnior, 39, foi morto em uma estrada rural de Campina do Monte Alegre, município com 4.100 habitantes, a cerca de 230 km de São Paulo.
O crime foi no último dia 16, quando o empresário viajava sozinho de Sorocaba para Taquarituba (315 km de SP). Ele levava R$ 40 mil em dinheiro para o pagamento de funcionários de uma obra.
O corpo de Martins Júnior foi encontrado com um tiro no pescoço, carbonizado e amarrado, no banco traseiro de seu carro, um Santana Quantum novo. A polícia suspeita de assalto ou vingança.
O outro crime violento na região aconteceu na última segunda-feira, quatro dias depois. Em Pilar do Sul, de 21.100 habitantes, o agricultor Fernando Tavares, 36, foi morto com um tiro quando tentava fugir de três assaltantes que queriam levar seu carro, uma D20. Segundo uma adolescente de 16 anos que estava no carro, ele não reagiu e os ladrões fugiram sem levar nada.

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