São Paulo, domingo, 25 de agosto de 1996 |
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Trânsito faz São Paulo aplaudir rodízio
ROGERIO SCHLEGEL
"Acho que fizeram o rodízio mais pensando no trânsito que na poluição", arrisca o engenheiro mecânico Marcos Guidi, 39. "Certamente o ar está um pouco melhor, porque há menos carros circulando. Só que não são apenas os carros que geram a poluição." Guidi é dos poucos que não reclama do gosto amargo da receita do rodízio. Por conta própria, há três meses, passou a deixar o carro em casa e ir trabalhar com o ônibus da empresa. A administradora Márcia Penedo, 26, diz que se surpreendeu com os efeitos do rodízio: "Esperava menos poluição, menos adesão, mais trânsito e mais reclamação do que está havendo". Ela diz ter sido "bastante prejudicada" pela operação, porque mora em Alphaville, onde o transporte coletivo é difícil. O leiloeiro Marcelo de Moura Madeira, 31, tem dúvidas de que tenha havido alguma melhora na poluição com o rodízio. Ele acredita que caminhões, que ficaram de fora da operação, são os veículos que mais poluem. Na realidade, os veículos a diesel são os principais responsáveis pela emissão de alguns poluentes, como o dióxido de enxofre. No caso do monóxido de carbono, os carros são os maiores responsáveis. Para quem é contra o rodízio, mesmo a melhora no trânsito não é tão sensível. "Na minha opinião, o trânsito está a mesma coisa", afirma a modelo Valéria Zopello. "Em matéria de poluição, tenho dúvidas. Acho que o rodízio serve para o Estado arrecadar dinheiro." A Secretaria de Estado do Meio Ambiente defende a tese de que o trânsito é a parte mais visível dos ganhos com o rodízio. Texto Anterior: Crime cai em Paris Próximo Texto: Medo prolonga a vida caseira Índice |
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