São Paulo, domingo, 25 de agosto de 1996
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Crediário fica mais barato com a maior concorrência

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A concorrência entre bancos, empresas de varejo e financeiras produziu uma queda de 4,5 pontos percentuais ao mês nos "spreads" (diferença entre os juros cobrados e pagos) cobrados no crédito ao consumidor.
"Muita gente nova está entrando nessa área", afirma o presidente do Banco Pontual, José Baía Sobrinho, que comprou o Banco Martinelli. "O crédito continua caro, mas os 'spreads' estão caindo", completa.
A concorrência se acirrou não só porque a estabilidade tornou mais transparente os preços cobrados, mas também, esperam os bancos, porque haverá aumento de 25% nas operações do segundo semestre em relação ao primeiro, na média das avaliações colhidas pela Folha.
"Teremos algum reaquecimento em função da sazonalidade deste semestre", diz Pedro Meloni, vice-presidente do Banco de Boston.
Cartões
Mesmo acreditando que o governo "não vá soltar as amarras", por conta das restrições ao crescimento da economia impostas pela política cambial, Meloni afirma que o Boston espera registrar incremento de 40% em suas carteiras de empréstimos. "Vamos tomar fatias de mercado", afirma Meloni.
O Boston tem como alvo as empresas com faturamento superior a US$ 5 milhões -definidas por Meloni como pequenas- e espera uma maior demanda de operações de financiamento de comércio exterior e de leasing em dólar.
Na área de pessoa física, querendo atuar apenas em determinados nichos de mercado, o banco aposta nas compras com o uso de cartão de crédito.
"O uso do crédito parcelado (recentemente aprovado pelo governo) está aumentando muito", diz Joaquim Francisco de Castro Neto, vice-presidente do Unibanco, que preferiu não revelar os números precisos.
Veículos
Para ele, o Unibanco tem posição privilegiada nessa área. "Temos 33% da Credicard e 1,5 milhão de cartões com a bandeira Visa."
Castro Neto, porém, prevê crescimento mais moderado da demanda, da ordem de 10% a 15%, concentrados no crédito direto ao consumidor, especialmente de veículos.
Já Renê Aduan, diretor-geral do Banco Real, prevê crescimento da ordem de 30%.
O Real está lançando um produto novo para o financiamento de carros, o "poupcar". É uma poupança que dá acesso a uma linha de financiamento, corrigida pela TR (Taxa Referencial), pelo prazo de 36 meses.
No caso das empresas, sempre tendo mercadorias como garantias, as operações com maior demanda devem ser as de "vendor" (compra de faturamento) e as que têm a garantia de duplicatas.

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