São Paulo, domingo, 25 de agosto de 1996
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Remuneração ; Pré-requisitos

CARLA ARANHA SCHTRUK
DA REPORTAGEM LOCAL

TV e cinema reabrem campo de roteirista
A expansão das unidades de dramaturgia das TVs e do próprio cinema nacional estão ampliando o campo de trabalho do roteirista.
O profissional pode trabalhar para TVs (escreve novelas e outros programas), cinema e produtoras.
Em cinema e TV, lida apenas com ficção. Pode criar uma história ou fazer adaptações de livros.
Junto a produtoras, elabora roteiros para programas educacionais ou institucionais -sobre empresas ou organizações.
"Tem aumentado muito o interesse das pessoas pela atividade de roteirista", afirma Carlos Reichenbach, 51, cineasta, roteirista e professor do curso de roteiro da Off Oficina Cultural, de São Paulo.
"Se o cinema continuar crescendo como está, a tendência é de que a coisa se profissionalize."
Segundo ele, a melhor prova disso é a criação de cursos específicos que ensinam a técnica de escrever roteiro (veja texto ao lado).
Remuneração
Quem está começando na profissão ganha cerca de R$ 300 por roteiro, diz Mário Buonfiglio, 35.
Ele é coordenador da área de TV do Centro de Comunicação e Artes do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), que oferece curso de roteirista.
"A maioria é free-lance. Demora muito tempo, mais de cinco anos, para conseguir viver só disso."
As produtoras de vídeo são as que mais oferecem trabalho ao profissional iniciante.
Geralmente, são roteiros sobre a história de alguma empresa. Segundo a roteirista Fernanda Pompeu, 40, as produtoras pagam em média R$ 1.000 por trabalho para quem já tem alguma experiência.
Na TV, a faixa salarial máxima é de até R$ 50 mil mensais, segundo ela. Chega a ganhar isso quem é contratado para escrever novelas.
"O negócio é dar muito duro até atingir um bom padrão de qualidade. Quem chegar lá vai ter trabalho com certeza. São poucos os profissionais", afirma.
Pré-requisitos
Para Pompeu, que está escrevendo o roteiro do filme "O Drama da Fazenda Fortaleza", um dos pré-requisitos básicos para ser roteirista é saber ouvir críticas.
"Seu roteiro vai ser criticado por quem encomendou o trabalho, por colegas, por muita gente. Quem paga tem até o direito de mudar o que você escreveu."
Buonfiglio cita outras características: "Tem de conhecer muito cinema e TV, ter lido muito, se interessado por muitas coisas".
"Precisa escrever muito bem. É óbvio, mas tem gente que não é boa de palavra e tenta a profissão", afirma o professor do Senac.

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