São Paulo, domingo, 25 de agosto de 1996
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Heroína volta a ser moda em Nova York

GILBERTO DIMENSTEIN
DE NOVA YORK

Em uma bem-sucedida estratégia de marketing, as gangues colombianas se tornaram as principais vendedoras de heroína dos Estados Unidos -consumir a droga voltou a ser moda em Nova York, substituindo a cocaína em Wall Street.
"Estamos vendo o consumidor de cocaína se mudar para a heroína", diz Hebert Kleber, um dos principais responsáveis do Centro de Estudos de Drogas da Universidade de Columbia.
Os colombianos apenas seguiram as regras do "mercado" para desbancar as gangues asiáticas: colocaram o produto por um preço mais barato e, ainda por cima, de melhor qualidade.
"É uma poderosa combinação", afirma Barry McCaffrey, o principal responsável do governo norte-americano no combate ao narcotráfico no país.
"O consumo de heroína está crescendo a níveis alarmantes", afirma McCaffrey.
Pureza
Há três anos, a polícia de Nova York vem detectando a estratégia dos colombianos.
As análises em laboratório da heroína apreendida revela níveis de pureza jamais vistos antes -em alguns casos esse número chega a alcançar os 80%.
A pureza chegou a provocar mortes por overdose. Consumidores desavisados experimentaram a droga sem saber que estavam usando um produto tão forte.
Segundo a polícia de Nova York, na década de 80, a heroína tinha um nível de pureza que chegava, no máximo, a 10%.
Preço
Comparado com a década de 80, o preço da droga caiu cinco vezes. A heroína tornou-se, então, mais atrativa do que a cocaína.
E uma pequena ponta dessa mudança seria logo sentida nos hospitais americanos.
Em 1995, o número de pessoas internadas por causa da heroína foi de 64.200, ou seja, 60% mais do que há três anos.
(GD)

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