São Paulo, domingo, 25 de agosto de 1996
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Januário de Oliveira diz que já foi censurado

DANIEL CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL

O diretor-geral da Bandeirantes, Rubens Furtado, 63, diz que está tentando evitar a imparcialidade e o bairrismo da emissora, que considera "muito paulista".
Para Furtado, Luciano do Valle (torcedor da Ponte Preta, de Campinas) e Jota Jr. são os locutores mais isentos da Bandeirantes. "Mas o Januário (de Oliveira) até chora no ar quando o Fluminense perde", afirma.
Januário, 30 anos de profissão, nega que já tenha chorado pelo Fluminense durante transmissões, mas admite que caiu em prantos na final da Copa de 70, quando trabalhava em rádio e o Brasil foi tricampeão mundial.
Criador dos bordões "cruel" (jogador bom), "sinistro" (jogador ruim), "É disso que o povo gosta" (quando há gol), e "Tá lá o corpo estendido no chão" (quando alguém cai), Januário afirma que já foi censurado.
Segundo ele, em 1984, a Presidência da República o teria proibido de usar a expressão "Tá lá o corpo estendido no chão".
"Eu trabalhava na TV Educativa, do Rio, e recebi um documento proibindo o uso da expressão, porque era um incitamento à violência. Eu fiz de conta que parei, e depois voltei a usar."
Hoje, seus bordões são muito usados por rappers cariocas.
Januário não esconde a paixão pelo Flu e admite ser parcial.
"Tem que torcer. O telespectador não exige imparcialidade, mas emoção. Você tem de pôr o coração na garganta, assim como o jogador tem de colocar o coração no pé."
(DC)

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