São Paulo, segunda-feira, 26 de agosto de 1996 |
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Premiê japonês pressiona FHC contra cotas
ANTONIO CARLOS SEIDL
A reunião dos chefes de governo do Brasil e Japão, que deve durar uma hora e meia, será o ponto culminante da visita de três dias de Ryutaro Hashimoto ao Brasil -a terceira etapa de seu giro por cinco países da América Latina (México, Chile, Brasil, Peru e Costa Rica). O premiê japonês avalia que o Brasil não pode usar a defesa do Plano Real como desculpa para impor "unilateralmente" cotas e aumento de tarifas para as importações de veículos japoneses. Para o Japão, os obstáculos erguidos pelo regime automotivo brasileiro contra as exportações japonesas são "incompatíveis" com as regras de livre comércio estabelecidas pela OMC (Organização Mundial do Comércio). Embora seja da opinião de que o Brasil, por ser a nação mais poderosa da América Latina, tem a obrigação de observar as regras da OMC, Hashimoto não quer que a disputa automotiva domine suas conversações com FHC. Mercosul Ryutaro Hashimoto acha que sua visita ao Brasil servirá como uma espécie de "catalisador" para uma nova onda de investimentos japoneses no Brasil. Segundo um levantamento do governo japonês, a iniciativa privada de seu país está estudando cerca de 70 projetos de investimentos no Brasil. O estudo estima que pelo menos 40 desses projetos serão implementados nos próximos dois anos. Deles, 30% no setor automotivo, 20% no setor de máquinas, 10% em equipamentos médicos e os demais em telecomunicações, siderurgia e extração de minérios. Os investimentos diretos japoneses no Brasil (dinheiro que segue direto para a produção e não para aplicações financeiras) alcançaram US$ 1,2 bilhão em 94, triplicando o valor de 1993. O Japão ocupa o quarto lugar na lista dos principais investidores no Brasil, com cerca de 7% do total histórico de US$ 85 bilhões de investimentos diretos estrangeiros. O premiê japonês chegou a São Paulo no sábado. Domingo esteve no parque Ibirapuera, onde, ao lado da mulher, Kumiko, depositou coroa de flores no Mausoléu dos Pioneiros da Imigração Japonesa e visitou o Pavilhão Japonês. Depois reuniu-se com líderes da comunidade nipo-brasileira de São Paulo na Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa. Hashimoto também foi homenageado com uma recepção pelo governador Mário Covas. Texto Anterior: Universidade é sondada Próximo Texto: Japão empresta US$ 511 milhões ao Brasil Índice |
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