São Paulo, segunda-feira, 26 de agosto de 1996
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Idec testa risco de 23 modelos de chupeta

DA REPORTAGEM LOCAL

Chupetas vendidas no Brasil aguentam as mordidas dos bebês, são resistentes a impactos e resistem a uma pisada, mas nenhuma está 100% de acordo com as normas de fabricação ou rotulagem.
Essa foi a conclusão do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) após testar 23 modelos de chupetas encontradas no país.
O teste foi realizado com a Acom (Associação dos Consumidores do Mercosul), englobando associações de defesa do consumidor da Argentina, Uruguai e Paraguai.
Cada associação enviou para análise no Instituto Tecnológico de Buenos Aires amostras de chupetas colhidas em seu país. No total, foram examinados 56 modelos. Do Brasil, foram 23 modelos para o teste. De cada modelo, foram enviadas oito chupetas.
Segundo o Idec, a norma brasileira NBR 10334/88, da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), foi a usada nos testes, além da resolução 31/92 do Conselho Nacional da Saúde (regulamenta a comercialização de alimentos e produtos para lactentes).
Os exames levaram em consideração as dimensões das chupetas (inspeção visual), resistência mecânica e rotulagem.
O Idec aponta como problema mais grave defeitos de acabamento no disco (escudo entre o bico e o pino das chupetas), encontrados em nove modelos.
Eles apresentaram rebarbas ou extremidades pontiagudas. "Isso provoca risco à segurança dos bebês, pois eles podem se ferir ou se arranhar com as chupetas, podendo inclusive causar alguma lesão ocular", diz Paulo Fernando da Silva, 35, engenheiro mecânico do Departamento Técnico do Idec.
"As chupetas com esse tipo de defeito são perigosas e por isso o Idec não recomenda seu uso por parte dos consumidores", afirma.
Também foram averiguados os tamanhos dos furos nos discos das chupetas. Esses furos servem para garantir a respiração do bebê caso ele engula o produto.
Cada disco deve ter no mínimo dois furos opostos, com um diâmetro de 5 mm e distância de 5 mm a 6 mm do pino. Dezesseis dos 23 modelos não seguiam pelo menos uma dessas regras.
Em relação a rótulos, os itens verificados foram a ordem de disposição das instruções de uso, informações sobre composição, data de fabricação, validade, garantia, registro, utilização, manutenção e advertências.

Esse teste foi publicado na edição de agosto da revista Consumidor S.A., publicação do Idec. O instituto distribui cópias desse e de outros exames feitos em produtos. Tel. (011) 872-7188

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