São Paulo, terça-feira, 27 de agosto de 1996
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Desemprego já começa a cair em SP

MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL

O desemprego na região metropolitana de São Paulo diminuiu em julho, após cinco meses seguidos de alta. A taxa caiu de 16,2%, em junho, para 15,7%, e marcou a reversão da tendência de alta.
O número de desempregados é de 1,335 milhão, segundo pesquisa divulgada ontem pela Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados) e Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos).
Para Pedro Paulo Martoni Branco, diretor-executivo da Seade, o desemprego atingiu o fundo do poço com o resultado do mês passado. Ele prevê que a taxa vai continuar caindo até o final do ano.
A queda do desemprego será consequência do reaquecimento da economia que se prevê para este semestre, diz Martoni Branco.
O IBGE trabalha com a perspectiva de que a expansão na segunda metade do ano seja de 5,2% (com esse desempenho o crescimento em 96 ficaria em 2,6%).
Martoni Branco estima que ao final do ano a taxa de desemprego recue para menos de 14%. "Abaixo de 13% não será possível", diz.
Nesse prazo, a taxa não voltaria ao nível de menor desemprego do Real, de 12,1%, registrado em janeiro de 95, quando a economia ainda vivia o período de aquecimento que se seguiu à introdução do plano, seis meses antes.
Menos mulheres
Em termos absolutos, 50 mil pessoas deixaram de ser consideradas desempregadas em julho. Dessas, 7.000 encontraram emprego e 43 mil desistiram de procurá-lo.
Mais da metade desse segundo grupo é formado por mulheres. Para Martoni Branco, a atitude delas reflete, provavelmente, o fato de seus maridos desempregados terem encontrado colocação.
Esse fenômeno é chamado, no jargão dos economistas especializados em emprego, de "flutuação da mão-de-obra secundária".
O mapa do desemprego por setor de atividade mostra que a indústria continuou demitindo e a recuperação do mercado de trabalho em julho deveu-se aos serviços.
A indústria fechou 27 mil vagas em julho e o comércio, 6.000. No setor de serviços foram preenchidas 61 mil vagas.
Salário maior
O diretor da Seade prevê que com a retomada da economia neste semestre o salário médio vai crescer até o final do ano.
A tendência será reforçada a partir de outubro, quando haverá dissídios de categorias profissionais numerosas, como bancários, químicos e gráficos.

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