São Paulo, terça-feira, 27 de agosto de 1996
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Viagem de trem facilita contato com os eleitores

DAVID USBORNE
DO "THE INDEPENDENT", NO TREM

Abraham Lincoln se dirigiu ao poder sobre trilhos, e o mesmo fizeram Harry Truman e Franklin Roosevelt. Nesta semana, é Bill Clinton quem está tentado capturar a mágica dos trens com um giro de quatro dias por cinco Estados do Meio-Oeste até a convenção.
Claro que Clinton poderia ter voado com o Airforce One, que é um símbolo do poder militar e tecnológico que o presidente tem à mão. Teria sido mais fácil, mas seria uma oportunidade perdida.
A viagem foi roteirizada em cada detalhe por Harry Thomason e Mort Engelberg, o par de produtores de Hollywood que programou a viagem de ônibus de Clinton e Al Gore pelo Meio-Oeste depois da convenção de Nova York, em 1992.
Os dois terços da frente deste trem têm os mais modernos vagões dos EUA -o último Superliner 2, de dois andares, para a imprensa e o pessoal da Casa Branca.
Os escritores de discurso estão em um vagão com grandes janelas para que possam, nos momentos de exaustão, obter inspiração dos campos de milho por que passam.
A traseira do trem leva dois vagões extremamente polidos e de um período majestoso. São os vagões que forneceram a base para campanhas políticas que Thomason e Engelberg querem evocar.
Para os candidatos no século 19, o trem fornecia um meio vital de fazer contatos com os eleitores.
Abraham Lincoln fez campanha pelo país sobre trilhos em 1860, em trens mais simples do que este.
O presidente Roosevelt tinha um vagão especialmente construído para suas peregrinações pelo país.
Mais famosas são as imagens de Harry Truman viajando 50 mil km de trem em sua campanha contra Thomas Dewey, em 1948.
Clinton está no Georgia 300, um vagão azul-real usado por Roosevelt para ir a seu recanto favorito, Warm Springs, Geórgia.
Mais importante é a pequena plataforma no final do trem, sobre as quais o presidente, dirigido por seus colegas de Hollywood, pode ficar de pé quando o trem sai de cada parada -sorrindo, apontando para conhecidos imaginários na multidão ou acenando.
E de modo que ninguém perca o motivo, o slogan da viagem é: "O presidente que colocou a América no caminho certo".

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