São Paulo, quarta-feira, 28 de agosto de 1996 |
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Governo vende milho barato para o NE
DA REPORTAGEM LOCAL O governo deve retomar no próximo dia 29 seu programa de vendas subsidiadas de milho para as regiões Norte e Nordeste.Apesar do aumento na safra nordestina de milho, cuja colheita está no final, o consumo da região sempre supera sua produção. O Nordeste tem complementado seu abastecimento com milho importado da Argentina e dos Estados Unidos, que normalmente chega mais barato na região do que o produto do Centro-Oeste. Este ano, entretanto, com a escassez do grão no mercado internacional, o Nordeste só vai contar com produto importado em novembro e dezembro, com a colheita norte-americana. Por isso, o plano do governo prevê o abastecimento das regiões Norte e Nordeste com produto do Centro-Oeste, por meio dos leilões programados para este semestre. O governo pagará aos compradores do Norte e Nordeste um bônus, calculado com base nos preços internacionais do grão. Por exemplo, se o milho importado estiver chegando a Recife a R$ 12,50, será deduzido o custo do frete até Goiás. Se o valor apurado dessa conta for R$ 5/saca, o valor do bônus será a diferença entre aquele preço e a cotação de abertura do leilão. O governo poderá eliminar o bônus em novembro ou dezembro, caso as cotações internacionais tenham uma queda expressiva a partir da colheita dos Estados Unidos. Dez leilões estão programados até o início de outubro. O primeiro ocorreu na quinta-feira passada. Segundo a SPA, uma nova série de leilões será anunciada no próximo mês. Há 4,8 milhões de t nos estoques da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Os técnicos da SPA garantem que o volume é suficiente para abastecer o mercado até o final do ano e evitar altas exacerbadas nos preços. Para Zoé Silveira D'Ávila, presidente da UBA (União Brasileira de Avicultura), ao praticar cotações de mercado nos leilões, o governo não vai aliviar a pressão sobre os custos da ração. O setor avalia que o custo de produção esteja cerca de 10% acima dos preços do frango, em função das cotações elevadas do milho, que compõe 70% da ração. Os técnicos da SPA, porém, explicam que a estratégia do governo é praticar preços de mercado nos leilões a fim de evitar movimentos especulativos. Texto Anterior: Estresse hídrico continua elevado em São Paulo Próximo Texto: Vendas crescem 160% Índice |
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