São Paulo, quarta-feira, 28 de agosto de 1996
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Concurso de PM fica mais fácil em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

O governo do Estado de São Paulo pretende relaxar as exigências para seleção de novos soldados para a Polícia Militar, para diminuir o déficit de 12 mil homens existente hoje na corporação.
Um decreto do governador Mário Covas publicado no último sábado no "Diário Oficial" estabelece novas regras para o concurso de ingresso na Polícia Militar.
Os aprovados no concurso fazem um curso preparatório de oito meses de duração.
As novas regras de seleção acabam com a investigação social pela qual o candidato passava antes da convocação. Além disso, a aprovação no teste escrito, com questões de conhecimentos gerais, português e matemática, foi facilitada.
Parte do processo de seleção será feito agora durante o curso de preparação e não mais durante o concurso.
Segundo cálculos da Secretaria de Segurança Pública, 10 mil novos policiais militares deverão ser incorporados até o final do ano.
A PM mantém o concurso para 12 mil vagas aberto permanentemente. No ano passado, foram aprovados 3.500 dos 90 mil inscritos no concurso. No mesmo período, saíram da corporação 3.000 homens.
A PM tem atualmente um efetivo total de 65 mil homens. O salário inicial é de R$ 430 para soldados de 2ª classe (durante o curso) e R$ 530 para 1ª classe (já formados).
'Queda de qualidade'
A mudança no processo de seleção de soldados desagradou ao coronel Milton Daddio, 52, diretor de pessoal da PM.
Para ele, o possível aumento no número de aprovados no concurso com as novas regras de seleção não compensaria a queda no nível dos convocados.
"Não adianta colocar policiais sem condições nas ruas. Para conseguir convocar mais gente nos concursos, a qualidade dos convocados vai cair", afirma Daddio.
Para ele, o governo deveria estimular um maior número de alistamentos, anunciando o concurso e aumentando salários, em vez de facilitar a seleção.

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