São Paulo, quarta-feira, 28 de agosto de 1996
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Atentado a Popov pouco impressiona a Rússia

ARNALDO RIBEIRO
DO ENVIADO A MOSCOU

O atentado a faca sofrido pelo nadador Alexander Popov, bicampeão olímpico nos 50 e 100 m livre, ganhou mais destaque nos diários internacionais do que nos jornais da Rússia, país onde nasceu.
Popov não é um atleta "de apelo popular" na Rússia. Primeiro, porque o nadador mais rápido do mundo mora e treina na Austrália desde 1993.
Tanto que a Federação Internacional de Natação informou hoje que Popov poderá se naturalizar australiano até outubro para participar dos Jogos Olímpicos de Sidney, em 2000, defendendo o país-sede.
Outro fator é porque os esportes mais praticados em Moscou, capital do país e local do atentado do último sábado, são o futebol e o hóquei no gelo.
Mas, mesmo assim, o fato mobilizou as autoridades russas.
Além de o presidente Boris Ieltsin ter oferecido o Hospital do Governo para o tratamento, várias personalidades esportivas se colocaram à disposição para doar sangue na operação do nadador.
"Agradeço muito esse apoio todo. Vou continuar a nadar, mas, agora, é muito difícil pensar sobre isso. Quero estar totalmente recuperado primeiro", disse Popov à televisão russa.
Transferência
Ontem, o nadador foi transferido da Clínica 31 para o Hospital do Governo, no Kremlin, onde ficará mais três semanas internado.
Alexander Popov, 24, maior rival de Gustavo Borges e Fernando Scherer, os melhores nadadores brasileiros, foi apunhalado por um vendedor de melancias na noite de sábado.
O golpe perfurou seu rim esquerdo e parte do pulmão. Depois de uma delicada operação, que teve quase três horas de duração, Popov reagiu bem.
O estado de saúde do atleta é considerado "estável", segundo os médicos que o atendem.
O agressor do campeão olímpico, que já teve seu retrato falado divulgado, continua sendo procurado pela polícia.
(AR)

Com agências internacionais

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