São Paulo, quarta-feira, 28 de agosto de 1996
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Parafernália suga o orçamento

MARINA MORAES

ESPECIAL PARA A FOLHA, DE NOVA YORK

Quando compramos um novo modelo de computador aqui para casa, um Dell com processador Pentium de 166 MHz, a idéia era fazer um investimento de longo prazo e parar de ficar correndo atrás das novidades do mercado.
Aposto que esta é uma sensação comum a todos que lidam com informática: cada vez que abro uma revista com aqueles anúncios coloridos prometendo maravilhas, me sinto na Idade da Pedra dos computadores.
Depois de alguns meses de lua-de-mel com a engenhoca, a sensação está voltando. Nada a ver com o desempenho da máquina. O problema é que os engenheiros não param de inventar programas e acessórios capazes de afundar qualquer orçamento doméstico.
Para quem faz muita ligação internacional, por exemplo, não dá para ficar sem um dos vários programas que transformam seu computador em um telefone e permitem que você converse via Internet.
Vantagem: a tarifa é uma fração do que você pagaria se estivesse usando a AT&T ou a Embratel. Desvantagem: muitas vezes a conexão é ruim ou você tem que esperar muito tempo para completá-la. Só é possível ligar para alguém que tenha software equivalente do outro lado da linha.
O programa "Internet Phone", da Vocaltec, está custando menos de US$ 50 na maioria das lojas americanas.
Fotos no micro
Mas não é só. Qualquer infonauta que se preze não pode ficar sem a recém-lançada câmera digital da Kodak. Quem faz pressão nesse caso é a garotada, que quer incluir fotos nos trabalhos de escola ou simplesmente trocar imagens com os amiguinhos via Internet.
Aqui em Nova York, a câmera está custando cerca de US$ 350, mais o imposto de US$ 30. Ela é simples de operar. Armazena de 8 a 16 imagens coloridas na memória. Feita a foto, você pode carregá-la imediatamente no disco rígido.
O programa que acompanha permite editar ou modificar a imagem a seu gosto. Por exemplo, acrescentar cabelo no vovô ou um bigodinho na sogra.
Pode gastar mais um pouco? Então é hora de acabar com aquela pilha de papéis que você chama de arquivo em seu escritório. Passe tudo para a memória do computador.
Meu vizinho investiu US$ 350 no mais novo modelo de scanner, fabricado pela Visioneer. Ele já vem acoplado no teclado.
Quer transferir um documento via Internet? Basta passar a folha pelo scanner e o sistema, que é integrado ao "Navigator", faz o trabalho para você.
E para quem ainda não foi à falência depois de todas essas sugestões, na metade de setembro chega ao mercado uma engenhoca da Logitech que permite navegar sem mouse pela Internet. O Surfman é um controle remoto que vai dar ao usuário a possibilidade de viajar pelo ciberespaço deitado no sofá. É compatível com o "Windows 95" e deverá custar de US$ 60 a US$ 80.

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