São Paulo, sábado, 31 de agosto de 1996
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"Tecnologia nem sempre é boa", afirma Hideo Nakazawa

Mago da TV de alta definição comentou seus filmes

MARIANE MORISAWA
DA REDAÇÃO

O mago da TV de alta definição Hideo Nakazawa participou anteontem da exibição de seus filmes e os comentou para a platéia que lotou a sala 4 do Espaço Unibanco.
A exibição especial foi promovida pelo 7º Festival de Curtas-Metragens de São Paulo e pela Folha e contou com a participação da crítica de TV Esther Hamburger.
O primeiro filme exibido foi "Dez Segundos Depois", de 1993, que mostra cenas que se repetem sucessivamente em TVs que ficam dentro de outros aparelhos de TV.
Hideo Nakazawa explicou que foram muitas as dificuldades técnicas para fazer o filme, já que superpor imagens 100 ou 200 vezes era uma técnica nova na época. Para começar, teve que convencer os técnicos de que era possível. "Eles são muito conservadores."
Em "A Broca e a Parede", a maior dificuldade foi encontrar os diversos tipos que aparecem no filme. "O marajá, por exemplo, é o cozinheiro de um restaurante indiano, que não fala nem inglês nem japonês. Foi muito difícil."
Já em "The Faster Food", Nakazawa mistura velocidades diferentes em um mesmo quadro. O diretor teve que copiar cada cena em outra fita e fazê-la em câmera lenta, para depois fazer a superposição com a velocidade normal.
Em "We Love Lucy" uma mulher pré-histórica que vive em um museu pula, dança balé e canta "Carmen", de Bizet, graças à computação gráfica.
"É bom usar a tecnologia, e é algo muito humano, como a arte. Mas nós também sentimos que ela não é sempre boa. Estamos em uma situação muito controversa."

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