São Paulo, sábado, 31 de agosto de 1996 |
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Exumação reabre o debate sobre Perón Mulher diz ser filha do presidente DANIEL BRAMATTI
A tese da esterilidade, sustentada por historiadores, é confirmada por Isabelita Perón, terceira mulher do presidente, que o sucedeu após a sua morte, em 1974. Segundo Isabelita, Perón não podia ter filhos por causa de um acidente sofrido no Colégio Militar quando ainda era adolescente. A versão é contestada por Marta Holgado, suposta filha de Perón, autora do pedido de exumação. O objetivo é coletar amostras do corpo para realizar um teste de DNA. Segundo os advogados de Marta, Isabelita teria citado a esterilidade para afastar a possibilidade de ser obrigada a dividir a herança de Perón -disputada pelas duas irmãs de Eva Perón, sua segunda mulher. A hipótese do acidente é confirmada por Alejandro Rodríguez Perón, neto de um irmão do presidente. Ele garante ter um documento que atesta a esterilidade. O historiador Enrique Pavon Pereyra, que diz ter convivido com Perón, acirrou a polêmica ao afirmar, em entrevista à Rádio Mitre, que Perón seria impotente, não estéril. "Está documentado", disse ele, sem citar suas fontes. A declaração irritou a suposta filha. "Essa versão não compromete a figura de meu pai, mas afeta a credibilidade de quem a divulga", disse Marta Holgado. Marta, que vive em Madri, afirma ter tomado conhecimento da identidade de seu pai aos 19 anos. Sua mãe, Maria Cecília Demarque, teria conhecido Perón e engravidado em 1934, quando estava temporariamente separada do marido, Eugenio Holgado. Perón, na época, estava casado com Aurélia Tizon, sua primeira mulher. A data da exumação não foi confirmada. Em 1987, quando a tumba de Perón foi profanada e suas mãos foram roubadas, cerca de 50 mil pessoas saíram às ruas para protestar. Os profanadores nunca foram descobertos. Texto Anterior: Bélgica aprova novas medidas Próximo Texto: Afunda parte do Titanic, e seu resgate é abandonado Índice |
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