São Paulo, domingo, 1 de setembro de 1996
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A vida é assim; Mundo dos espertos; Omissão legal; Revisionismo petista; Revisionismo tucano; Palavras sábias; Controle remoto; Liquidação de primavera; Negócios à parte; Só tem bonzinho; Especulação pepebista; Mania oficial; Mistério parlamentar; Assunto explosivo; Cone sul; Armando o bote

A vida é assim
Quando Sérgio Motta (Comunicações) negou na quinta o aumento de 200% nas tarifas telefônicas, muita gente já tinha ganho bastante dinheiro com a informação nas bolsas.

Mundo dos espertos
As ações da Telebrás subiram 4,5% entre quarta e quinta na Bovespa. Quem tivesse investido R$ 22,2 mi antes do anúncio de aumento de tarifa e vendido antes da negativa teria ganho R$ 1 mi. Da noite para o dia.

Omissão legal
Analistas do mercado de ações lembram que, em alguns países, o anúncio precipitado de aumento de tarifas telefônicas seria punido. Para evitar especulação, empresas com ações em bolsa seguem códigos de conduta.

Revisionismo petista
O governador Vitor Buaiz (PT-ES) criará um conselho para orientar as políticas do Estado. O órgão terá participantes do regime militar, como Ernane Galvêas (Fazenda, na gestão Figueiredo) e Marcos Pereira Viana (BNDE, no governo Geisel).

Revisionismo tucano
Coronel da reserva, signatário do AI-5 e ex-ministro de três governos militares, Jarbas Passarinho foi nomeado por Jobim (Justiça) consultor do grupo que fiscalizará a execução do Plano Nacional de Direitos Humanos.

Palavras sábias
Ex-diplomata, Arthur Virgílio (PSDB-AM) costuma recorrer a um ensinamento que ouviu no Itamaraty quando se fala de Serra: "É preciso visitar as pessoas quando estão em baixa. Elas podem subir e serão agradecidas".

Controle remoto
Sarney vai adiar enquanto for possível uma definição sobre a reeleição. Melhor do que ninguém, sabe o que é o imprevisto na política. Mas, segundo amigos, o que ele quer mesmo é ter um ministério para mandar.

Liquidação de primavera
É bobagem o Planalto dizer que não recorrerá ao fisiologismo para aprovar a emenda da reeleição. Os caciques do PMDB, por exemplo, dizem que só aceitam votar a emenda dentro de "ampla composição política". Tradução: cargos.

Negócios à parte
A exemplo do que fizera com outros chefes de Estado que visitaram o país, FHC convidou o premiê japonês, Ryutaro Hashimoto, para um jantar no Alvorada. O premiê agradeceu, mas recusou. Muito gentilmente.

Só tem bonzinho
Há quem diga no PPB que Maluf lançou um balão de ensaio ao insinuar que pode apoiar a emenda da reeleição. Sem saber a estratégia do Planalto, estaria tentando levantar poeira.

Especulação pepebista
Cálculo do malufismo: se o governo FHC estiver bem na hora de votar a emenda da reeleição, Maluf terá a fidelidade de 50% dos 91 deputados do PPB. Se o Planalto estiver mal, o prefeito controlará 90% da bancada.

Mania oficial
No começo da semana, o Planalto soube que o Datafolha fazia a pesquisa sobre eleição presidencial que é publicada hoje. Este foi o motivo principal para pedir ao Ibope/MCI um levantamento sobre o mesmo tema e divulgá-lo na quarta à tarde.

Mistério parlamentar
Na enquete do PMDB, só um deputado respondeu "não" à pergunta se a bancada deveria referendar antes o candidato do partido a presidente da Câmara. Paes de Andrade, contrário à tese, jura que não foi ele.

Assunto explosivo
Um dos temas principais da agenda de FHC na Bolívia é a discussão do Grupo do Rio sobre operações do narcotráfico.

Cone sul
O presidente do PFL paulista, Antônio Cabrera, e o prefeito Cesar Maia marcaram um almoço. "Temos que aproveitar o sucesso eleitoral para criar uma ponte forte entre o PFL do Rio e o de São Paulo", diz Cabrera.

Armando o bote
Sempre vistos com desprezo pela cúpula pefelista, Cesar Maia e Antônio Cabrera estão hoje nas melhores canoas das eleições no Rio e em São Paulo. Os dois querem se cacifar para se contrapor aos tradicionais caciques.

TIROTEIO
De Lula, sobre as acusações de uso eleitoral da distribuição de cestas básicas pelo governo:
- Querem enganar o povo brasileiro como Cabral enganou os índios chegando ao Brasil.

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