São Paulo, domingo, 1 de setembro de 1996 |
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Ilê Aiyê lança 3º livro didático
DO ENVIADO ESPECIAL A SALVADOR (BA) O Ilê Aiyê -associação que impôs o ritmo negro no Carnaval baiano a partir de 1974- vai lançar o terceiro livro didático da série "Cadernos de Educação".Esses textos enfrentam um dos principais problemas da proposta do MEC de introduzir temas como cidadania e sexualidade nos currículos: a falta de material. Como tudo nessa área experimental, os "cadernos" têm altos -como a introdução de uma nova perspectiva histórica- e baixos -como um certo ufanismo. Mas, no mínimo, são mais originais e adequados à cultura e linguagem local do que muito do material que tem sido importado com poucas adaptações dos EUA. Ironicamente, o Ilê Aiyê lançou seu bloco carnavalesco de valorização da cultura africana inspirado no movimento norte-americano "black power", dos anos 60 e 70 -aquele do qual a família de Michael Jackson fazia parte. "Eu até usava aquele cabelo armado", conta Antonio Carlos dos Santos, 44, o Vovô, líder do grupo. No ano passado, a escola do Ilê, que hoje reúne cem alunos, lançou o primeiro "caderno", "Organizações de Resistência Negra". Em janeiro, o segundo, "Civilização Bantu". Agora, prepara o terceiro, sobre Zumbi. Em outubro, o grupo dá um curso de extensão para professores. ILÊ AIYÊ - Rua do Curuzu, 233, Liberdade, 40365-000, Salvador (BA), tel./fax (071) 241-4969. Texto Anterior: SOBRE A RESTRIÇÃO Próximo Texto: 'É fantástico terem descoberto o remédio' Índice |
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