São Paulo, domingo, 1 de setembro de 1996
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São Paulo põe em campo sua face 'yang'

VALMIR STORTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O técnico Carlos Alberto Parreira coloca em campo hoje a porção "yang" do São Paulo para enfrentar o Goiás, às 16h, no Morumbi.
Quando joga no Morumbi, o time expõe seu lado "yang" -o princípio positivo, "ativo, celeste, penetrante, quente e luminoso", segundo o dicionário Aurélio.
Foi em seu estádio que a equipe conseguiu 9 de seus 11 pontos ganhos e 9 de seus 11 gols, com três vitórias -sobre Portuguesa, Bahia e Santos (essa de virada).
Em campos adversários, quando o time de Parreira revela sua porção "yin", o lado negativo -passivo, terrestre, absorvente, frio e obscuro, no Aurélio-, o time marcou e sofreu dois gols, nos empates com Fluminense e Botafogo.
Os números levantados pelo Datafolha nos cinco jogos do São Paulo, todos com escalações semelhantes, mostram a inversão da disposição tática da equipe.
No Morumbi, o ataque são-paulino deu, por jogo, uma média de oito chutes que foram direto no gol adversário, média esta que caiu para apenas três nos jogos fora.
Essa discrepância reflete bem a diferença de gols marcados, média de três por jogo em casa e um fora, mas não é a única aberração na comparação dos desempenhos.
Quando jogou em São Paulo, o time acertou 44% de suas finalizações, mas em viagem, o aproveitamento caiu para 27%.
Antes dos jogos de ontem, o aproveitamento médio do Brasileiro-96 estava em 40%.
"Jogamos em campos muito pequenos e ruins, com placas de grama soltando, o que dificulta muito o toque de bola", afirmou o treinador Parreira.
A quantidade de escanteios mostra melhor essa inversão tática.
Em seu campo, o São Paulo cede três escanteios e consegue sete, uma amostra de seu posicionamento ofensivo, "yang", enquanto fora de casa sua defesa afasta sete bolas para escanteio e o ataque consiga apenas três.
"Ninguém entra sozinho em nossa defesa, que marca adiantada e obriga o chute de longe."
A defesa também fica sobrecarregada nos jogos fora, fazendo 177 desarmes contra 147 em São Paulo.
Apesar dessas diferenças, Parreira não aceita que se diga que a equipe jogue na retranca em campos adversários.
"O modo de marcar não é diferente. É que quando os times vêm ao Morumbi eles jogam fechados e quando estão em casa é natural que tomem a iniciativa."
Na TV - Globosat/Sportv, às 16h

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