São Paulo, domingo, 1 de setembro de 1996
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Brasil com memória

MARCELO MANSFIELD
ESPECIAL PARA A FOLHA

Desde que o primeiro homem das cavernas atirou uma pedra na cabeça do vizinho para chamar sua atenção, até os barquinhos que navegam na Internet, nenhum meio de comunicação foi mais criticado (inclusive por mim!!!) que a televisão.
No entanto, para quem nasceu na última metade deste século, a TV deixou gravada, não só em videoteipe, mas também na nossa memória, centenas de programas de boa -ou má- qualidade.
E para provar que, ao contrário do que dizem, o Brasil tem memória, convidei seis atores atualmente em destaque na TV e no teatro (que assim como centenas de milhares de pessoas no mundo inteiro, um dia estavam do lado de cá da TV) para que matassem a saudade de um tempo em que, na TV, nem todo mundo usava só a parte de (sai de) baixo.
Carlos Farielo, atualmente em cartaz com "O Pequeno Mago", lembra-se da novela "A Grande Mentira", onde a megera dona Veridiana (Neuza Amaral) usava uma mecha branca, que sem dúvida inspirou anos depois a Odette Roithman de Beatriz Segall em "Vale Tudo". No final da novela, efeitos pirotécnicos punham fogo na mansão da bruxa, que tinha Turíbio Ruiz como mordomo, antes do mesmo se imortalizar nos primeiros comerciais do papel higiênico Neve (Alfredooooo!!!).
Felipe Folgosi contracenou com Tony Ramos em "Olho por Olho", mas sua memória vai mais longe, lembrando do mesmo Tony como os gêmeos Quinzinho e João Vítor, de "Baila Comigo" ou da inesquecível "Família Barbapapa".
Flávio Cavalcanti quebrava discos em "Um Instante Maestro" para desespero da atriz Jaqueline Obrigon, que acreditava que "Shazan, Xerife e Cia." era de verdade. Fato provado por Bel Kutner, de "Razão de Viver", que um dia, brincando em frente à TV, viu os atores Paulo José e Dina Sfat na tela, sentados num sofá, durante uma cena. Quando virou para trás viu Paulo José e Dina Sfat sentados num sofá, só que não numa cena... eram seus pais. Confusa, mudou de canal para assistir "Globo Cor Especial".
Gustavo Haddad, de "Colégio Brasil" esperava a novela "Selva de Pedra" só para ouvir a música "Mamamamamaôma"!!! Na verdade, "Rock'n'Roll Lullaby", única música que fez parte da trilha sonora das duas versões da novela. Outro de seus favoritos era a "Turma do Balão Mágico", do tempo em que Simony não se parecia com Baby Consuelo.
Lena Whitaker, que atualmente causa alvoroço saindo de uma taça de champanhe, não perdia um capítulo de "Simplesmente Maria", onde Yoná Magalhães subia na vida costurando para fora, depois de ter sido abandonada grávida.
Para terminar, uma pergunta: Afinal de contas, quem matou Salomão Hayalla?

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