São Paulo, segunda-feira, 2 de setembro de 1996 |
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Aluno revela falhas da 5ª série
FERNANDO ROSSETTI
É um momento complicado por diversos motivos. O principal é que da 1ª à 4ª série os alunos só têm um professor para todas as aulas. De repente, passam a ter um professor para cada disciplina. Em boa parte do país, também é o momento em que se muda de escola. Distorção O problema é de tal monta que praticamente todos os programas recentes de reforma do ensino público dedicam especial atenção a esta série. Por exemplo, a introdução de ciclos, em que não há retenção, sempre incluem a 5ª série. A dissertação "Ensino Fundamental - 5ª Série - Amargo Encanto" (leia Sumário) revela como essa distorção é vivida pelos alunos. A autora, Lenita Maria Costa de Almeida, coletou depoimentos de alunos de 4ª e 5ª série para mapear expectativas e experiências em relação a este momento crítico. Além desse levantamento, Lenita utilizou na pesquisa um trabalho semelhante que fez com 800 alunos em 1984. "O que essa comparação mostra é que há muita equivalência e similaridade nesses depoimentos", diz. Exemplo: "Quando eu era do primário, pensava que ser ginásio fosse aquela beleza, mas não é" (1984). "Quando eu estava na 4ª série eu pensava que (a 5ª série) ia ser mais fácil, mais (sic) está sendo um pouco ruim" (1995). Outro: "Na 5ª série eu acho que vai ser muito rápido e até uma trapalhação (sic), porque é uma trocação de professor a toda hora" (1984). "Vim da 4ª série e a única coisa que mudou foi que entra e sai professor" (1995). Para Lenita, "o pior é que a criança introjeta como culpa sua o fracasso". (FR) Texto Anterior: Corporativismo x parceria Próximo Texto: Óculos escuros exigem cuidados extras Índice |
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