São Paulo, terça-feira, 3 de setembro de 1996
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Meta deve ser cortar gastos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Para Vito Tanzi, "o ajuste fiscal do Brasil não pode ser do lado das receitas, mas do lado das despesas". A carga tributária já é muito alta no país, afirmou o economista.
As receitas tributárias correspondem hoje a 30% do PIB. "É um índice demasiado alto", disse. "O governo, porém, não pode reduzir os impostos ao mesmo tempo que continua gastando como antes."
Tanzi disse que a reforma tributária deveria corrigir distorções para melhorar a administração. A fiscalização deve ser aperfeiçoada, e o controle sobre os grandes contribuintes, aumentar.
Hoje, os 30 mil maiores contribuintes respondem por quase 90% da receita, e os 3,9 milhões de pequenos e médios contribuintes são responsáveis por 96% da documentação da administração tributária.
Por isso, disse Tanzi, é necessário simplificar os procedimentos fiscais referentes aos pequenos contribuintes. Assim, a fiscalização seria facilitada, e os custos poderiam ser reduzidos.
Tanzi disse que a concentração de renda no país é muito grande e que políticas de estabilização que dão atenção a esse problema têm mais chances de êxito.
O diretor do FMI afirmou ainda que o governo dá pouca ênfase à educação primária e gasta muito com o ensino superior.

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