São Paulo, terça-feira, 3 de setembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Metacinema" rouba 53ª edição do festival

AMIR LABAKI
DO ENVIADO ESPECIAL VENEZA

96 prova que ainda há vida possível no metacinema. Filmes sobre o cinema roubaram a cena nos últimos dias. Os destaques foram "Forbidden Silver" (de Peter Jackson e Costa Botes) e "Guy", de Michael Lindsay-Hogg, além de "Nitrato de Prata" e "Le Poligraphe" (leia acima).
"Forbidden Silver" trata de um hilariante documentário "fake" sobre Colin McKenzie, um pretenso pioneiro da história do cinema.
McKenzie teria feito o primeiro movimento de câmera, o primeiro longa-metragem, o primeiro filme falado (em chinês!).
"Guy" não fica muito atrás. Uma jovem cineasta aborda um desconhecido e o torna protagonista de seu exercício de cinema-verdade.
O jogo é filmá-lo 24 horas por dia, no banheiro ou transando com a namorada, captando o máximo de intimidade com câmera mais neutra possível. Claro que o processo interfere na trajetória de cineasta e personagem.
Poucas experiências cinematográficas equiparam-se a esta em Veneza 96. Sua ausência da competição é um editorial pelo reacionarismo fílmico.
(AL)

Texto Anterior: Loach convence com utopia sandinista
Próximo Texto: Ferreri filma morte do cinema
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.