São Paulo, terça-feira, 3 de setembro de 1996
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Colômbia busca 65 soldados após ataque

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Colômbia ainda procura 65 militares que estavam no quartel de Las Delicias, atacado por guerrilheiros de esquerda na sexta-feira. O ministro da Defesa, Juan Carlos Esguerra, disse que 27 soldados foram mortos no ataque -menos do que os 34 que vinham sendo anunciados.
O ataque foi feito por cerca de 400 homens das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Esguerra disse acreditar que 41 desaparecidos haviam sido feitos reféns. Depois, o Exército retificou o número para 65.
Como o número oficial de mortos diminuiu, as autoridades colombianas deixaram de considerá-lo o pior em três décadas de combate às Farc. Em março, rebeldes das Farc mataram 30 soldados em uma emboscada no Departamento de Nariño (sul).
Ofensiva
O ataque de sexta-feira fez parte de uma ação coordenada das Farc e do Exército de Libertação Nacional (ELN, também de esquerda), que deixou mais de 60 mortos em 11 Departamentos (Estados) e na capital, Bogotá.
O governo atribui a onda de ataques à repressão militar ao protesto de plantadores de coca no sul do país. O governo quer que eles abandonem o cultivo, o que gerou uma rebelião dos agricultores.
Ontem, continuou a caçada aos guerrilheiros de Putumayo, o Departamento em que fica a base de Las Delicias.
Sobreviventes do ataque disseram que o auxílio de outras guarnições demorou cerca de dez horas para chegar. Eles disseram que pediram ajuda por rádio, mas o socorro não veio.
O soldado Norbey Villa disse que vários militares foram torturados antes de serem assassinados. Parte da demora no socorro se deve ao fato de que a área ao redor do quartel foi minada pelos guerrilheiros.
Ontem, um civil morreu por causa de um ataque do ELN a uma patrulha militar em Yolombó, Departamento de Antioquia, noroeste do país.
A patrulha fazia a proteção de uma agência bancária. Houve tiroteio, e dois soldados ficaram feridos. Uma bala perdida matou o civil. As Forças Armadas enviaram reforços à cidade.
Prisão
A Justiça ordenou a prisão do general da reserva Farouk Yanine, acusado de participar da chacina de 19 comerciantes na região do Magdalena Médio (leste do país), em 1987. É a mais grave sanção do país contra um general de três estrelas -o grau máximo-, segundo a revista "Semana", que noticiou a prisão.
Yanine chegou a ser considerado um herói por ter pacificado a região. Segundo a revista, os militares diziam que os comerciantes faziam tráfico de armas entre o Exército da Venezuela e a guerrilha colombiana.
Yanine mora hoje em Washington, EUA. Um major e um coronel também receberam ordens de captura.

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