São Paulo, quarta-feira, 4 de setembro de 1996
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Linhas de crédito favorecem as importações

DA REPORTAGEM LOCAL

As linhas de crédito internacionais, com juros anuais de 4% a 8% e prazo para pagamento de até 365 dias, favorecem as importações, segundo os fruticultores.
Um programa do governo dos EUA, por exemplo, oferece empréstimos com juros anuais de 4%.
O importador pode vender as frutas e aplicar o dinheiro no mercado financeiro nacional, que o remunera entre 25% e 30% ao ano.
Os produtores brasileiros alegam não ter essa vantagem.
"Se queremos receber no ato da venda, temos que pagar juros de 5% ao mês na duplicata feita pelo banco", diz Luiz Borges Júnior, da ABPM (Associação Brasileira dos Produtores de Maçã).
Normalmente, o pagamento é feito em 30 dias.
"Os importadores estão usando o crédito internacional para fazer capital de giro", diz Carla Salomão, coordenadora do GTF (Grupo de Trabalho de Fruta), que reúne empresários e governo.
Na semana passada, representantes das associações de fruticultores do país tiveram uma audiência com o ministro da Agricultura, Arlindo Porto, em Brasília.
Porto, segundo Borges Júnior, comprometeu-se em negociar junto à área econômica um limite às facilidades de crédito.
Os produtores querem que o governo determine os pagamentos das compras de frutas no exterior em um prazo de 30 dias.
Alberto Gavotti, diretor da empresa de importação e exportação Ouro Fino, diz que empresas produtoras de maçã de Santa Catarina também se beneficiam do crédito.
O presidente da ABPM diz que que as empresas estão importando maçã com financiamento facilitado por questão de sobrevivência.
As frutas mais importadas pelo Brasil são maçã, pêra, ameixa, uva, pêssego e nectarina, cultivadas na Argentina, Chile e EUA.
Durante os meses de março e abril últimos, os produtores de uva do Nordeste venderam a fruta em São Paulo com 30% de prejuízo, devido à concorrência com a fruta chilena, segundo Fernando de Almeida, presidente do Ibraf (Instituto Brasileiro da Fruta).

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